Bula do Mercado

Política dita rumo dos mercados aqui e lá fora; veja o que esperar para o Ibovespa hoje

09 nov 2022, 8:00 - atualizado em 09 nov 2022, 8:47
Ibovespa
Equipe de transição do governo Lula e eleições de meio de mandato nos EUA agitam negócios no Ibovespa e em Nova York (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa segue atento ao cenário político, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Lá fora, a disputa pelo Congresso é acirrada entre republicanos e democratas. Por aqui, o mercado financeiro não gostou da equipe de transição econômica, apesar de o presidente eleito ter dado “uma no cravo e outra na ferradura”. 

Há quem diga que Lula foi “muito inteligente” e um “gênio na política”, ao escolher dois economistas ortodoxos – no caso, alguns dos pais do Plano Real que manifestaram apoio ao petista, André Lara e Pérsio Arida – e dois heterodoxos – o ex-ministro Nelson Barbosa e o assessor econômico da campanha do PT Guilherme Mello

O problema é que a estratégia mantém indefinido o rumo da política econômica, o que desagrada aos investidores. Com isso, o radar do Ibovespa segue em Brasília, onde Lula tem encontros importantes ao longo do dia. A começar pela conversa com o presidente da Câmara, Arthur Lira, prevista para as 10h. 

Na pauta, estará a discussão sobre a PEC da transição, de modo a acomodar promessas de campanha no Orçamento de 2023. Na sequência, o futuro presidente tem encontros com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e com os ministros Rosa Weber e Alexandre de Moraes

É a política!   

Tanto Lira quanto Pacheco irão pedir, em troca, o apoio do próximo governo às suas respectivas reeleições no Congresso. Ainda que a negociação pareça que Lula já estaria nas mãos do Centrão antes mesmo de tomar posse, um provável racha no bloco mostra que não é bem assim.  

Após o PL de Valdemar da Costa Neto se posicionar como oposição, a aliança que moldou a força do Centrão no Congresso – formada por PL, PP e Republicanos – corre o risco de implodir. Portanto, parafraseando James Carville, e sua célebre frase durante a campanha presidencial norte-americana nos anos 90, “é a política (!)” que volta a dominar os mercados

Ainda assim, movimentações pontuais em meio à temporada de resultados podem agitar os negócios. O destaque do dia fica com o balanço pior que o esperado do Bradesco. Em Nova York, o recibo de ações (ADR) do tradicional ‘bancão’ derretia.

Aliás, Wall Street ainda aguarda uma definição das eleições de meio de mandato (midterm election) nos EUA. Não se sabe quem ficará com a maioria na Câmara nem no Senado, mas a aposta é de que uma vitória republicana deve frear a política fiscal expansionista do governo Biden, facilitando o trabalho do Federal Reserve de combater a alta da inflação

Esse evento de curto prazo somado aos números do índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês), que saem amanhã, podem ajustar a dinâmica dos ativos de risco no curto prazo. Se o movimento será para cima ou para baixo, vai depender dos resultados efetivos. 

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,37%; o do S&P 500 recuava 0,31%; enquanto o Nasdaq tinha queda de 0,28%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 cedia 0,59%; a bolsa de Frankfurt caía 0,68%; a de Paris tinha queda de 0,38% e a de Londres recuava 0,30%

Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,33%, a 109.98 pontos; o euro caía 0,33%, a US$ 1,0042; a libra recuava 0,97%, a US$ 1,1434; o dólar tinha alta de 0,07% ante o iene, a 145,79 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 4,145%, de 4,133% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,672%, de 4,659% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro caía 0,30%, a US$ 1.710,90 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI recuava 0,75%, a US$ 88,25 o barril; o do petróleo Brent cedia 0,66%, a US$ 94,74 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em alta de 2,47%, a 685 yuans a tonelada métrica.

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Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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