STF

Políticos, empresários, policiais e servidores envolvidos em bloqueios das estradas; PRF prendeu 49 pessoas

17 nov 2022, 9:07 - atualizado em 18 nov 2022, 14:23
Manifestação
(Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Segundo relatório produzido pelas polícias militar, civil e federal, com participação dos ministérios públicos estaduais, policiais, empresários, servidores públicos e políticos estariam envolvidos nos protestos que bloquearam as estradas após as eleições.

Segundo o documento, que foi entregue ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o grupo teria financiado os manifestantes que pedem intervenção militar no país.

Veja quem são as lideranças apontadas em cada estado:

Acre: dois fazendeiros locais, Jorge José de Moura, o “rei da soja”, e Henrique Luis Cardoso Neto. As manifestações no estado pediam intervenção das Forças Armadas contra o resultado das eleições.

Ceará: neste estado, a investigação não identificou lideranças locais, mas apenas alguns proprietários de carros presentes nas manifestações: o empresário Eládio Pinheiro Canto, o policial penal Abrahao Vinicius Batista Possidonio, o sargento do PM Anderson Alves Pontes Garcias e as empresas Lucky Aviamentos e Viva Agrícola.

Espírito Santo: em São Mateus, a PF identificou como possíveis organizadores comerciantes locais, caminhoneiros e uma ex-PM; em Linhares, comerciantes e empresários locais teriam organizado o protesto, com apoio dos caminhoneiros e participação de Wanderson de Paula, candidato a vereador pelo Cidadania em 2020.

Em Guarapari, uma das lideranças seria Ticiani Rossi, candidata a deputada estadual na última eleição. Ao Estadão, ela negou ter participado de qualquer ato.

Também foram apontados como possíveis líderes o caminhoneiro Thiago Queiroz Rodriguez, o candidato a governador em 2020 Cláudio Paiva (PRTB) e o instrutor de tiro Flávio Silva Polonini.

Goiás: em Goianésia, caminhoneiros e moradores, ligados ao agronegócio, são apontados como lideranças; em particular, o advogado e candidato a vereador em 2020 Jamil El Hosni (PL), e o presidente da Comissão Provisória Municipal do PL, Rafael Luiz Ottoni Peixoto. Ao Estadão, El Hosni negou participação nos protestos.

Em São Miguel do Araguaia, foram citados dois empresários, Tales Cardoso Machad e Pedro Sanches Roja Neto; o ex-veredor Leoardo Rodrigues de Jesus Soares; o candidato derrotado a prefeito Sandro Lopes (PRTB); e o ruralista Hernani José Alves.

Maranhão: neste estado, um investigador de polícia, Marcelo Thadeu Penha Cardoso, ex-candidato a deputado estadual, e Claudio Rogerio Silva Raposo, também candidato a deputado estadual, foram apontados como organizadores de manifestações feitas em frente a um quartel em São Luís.

Mato Grosso do Sul: foram identificadas sete lideranças dos protestos: a médica Sirlei Faustino Ratier; a servidora da Câmara Municipal de Campo Grande Juliana Caloso Pontes; o comerciante Julio Augusto Gomes Nunes; o agricultor Germano Francisco Bellan; o ex-prefeito de Costa Rica Waldeli dos Santos Rosa; e os pecuaristas Rene Miranda Alves e Renato Nascimento Oliveira, conhecido como Renato Merem.

Minas Gerais: Cristiano Rodrigues dos Reis, um dos líderes do Movimento Direita BH, e Esdras Jonatas dos Santos, comerciante, foram citados como organizadores de manifestações em Minas Gerais.

Paraná: a PM do Paraná apontou o empresário Valmor Geronimo Ferro como liderança de Curitiba. Em Cianorte, José Antonio Rosolen e Robson Leandro Calistro teriam “ascendência sobre as decisões dos manifestantes”. Claudia Varella Costa Pernomian é citada por discursar em atos.

Em Foz do Iguaçu, o candidato a deputado estadual Raniero Alberton Marchioro (PTB) é citado, assim como João Bosco de Oliveira Melo.

Rio Grande do Sul: o policial militar aposentado Vilmar Luis Vicinieski, o coordenador do movimento Direita RS Ezequiel Vargas, o deputado federal eleito Tenente Coronel Zucco (Republicanos) e a agente penitenciária Mariana Lescano foram apontados como organizadores e incentivadores dos atos golpistas.

O policial civil e vereador na cidade de Dom Pedrito, Patrício Jardim Antunes (PP), o comissário de Polícia Thiago Teixeira Raldi e o delegado Heliomar Athaydes Franco foram citados no relatório devido a “intensa atividade” na divulgação e participação nos atos.

Santa Catarina: na cidade de São Miguel do Oeste, onde cidadãos cantaram o hino nacional fazendo a saudação nazista, foram apontados como lideranças Wuillian Lanza, Odair Breier, Valnir Camilo Scharnoski, Rodrigo Cadoré, Itamar Schons e Vanirto José Conrad.

Em Canoinhas, o dono de uma produtora de erv mate, Luis Cesar Fuck, foi apontado como financiador dos atos; e Francisco Dalmora Burgardt, o Chicão Caminhoneiro, chegou a se apresentar em entrevista a rádio local como porta-voz do movimento golpista.

André Júnior Bello, Oelivir José Luzzi e Everton Marques seriam organizadores do bloqueio na rodovia SC-355 no perímetro urbano de Fraiburgo, segundo a Polícia Civil.

PRF informa que fez 49 prisões relacionadas às manifestações

Nesta quarta-feira (16), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que 49 pessoas foram presas por bloqueios em rodovias federais entre 31 de outubro e 9 de novembro.

Iniciados logo após o resultado das eleições serem anunciados no dia 30 de outubro, no dia 1 de novembro foram registrados 460 bloqueios, em 22 estados e no Distrito Federal.

  1. Santa Catarina: 13 prisões
  2. Mato Grosso do Sul: 5
  3. Espírito Santo: 5
  4. Rio Grande do Sul: 4
  5. Minas Gerais: 4
  6. Pernambuco: 3
  7. Goiás: 2
  8. Maranhão: 2
  9. Rondônia: 2
  10. Paraná: 2
  11. São Paulo: 2
  12. Rio de Janeiro: 2
  13. Mato Grosso: 1
  14. Roraima: 1
  15. Rio Grande do Norte: 1

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Formado em jornalismo pela Universidade Metodista de São Paulo, é editor de política, macroeconomia e Brasil do Money Times. Com passagens pelas redações de SBT, Record, UOL e CNN Brasil, atuou como produtor, repórter e editor.
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