Mercados

Por que o Ibovespa acelera a alta após maior aumento de juros nos EUA em 28 anos

15 jun 2022, 16:45 - atualizado em 15 jun 2022, 17:10
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Economista destaca que Fed indicou que está comprometido com a convergência da inflação. (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa acelerou a alta do dia o tocou os 103,9 mil pontos na máxima, após Federal Reserve anunciar o maior aumento da taxa de juros nos Estados Unidos desde 1994. Por volta das 16h, o índice subia 1,2%, aos 103,3 mil pontos. 

O movimento da Bolsa brasileira destoa da correlação que haveria entre juros e Bolsa – com a elevação das taxas, a tendência é de que os índices acionários caiam. No entanto, analistas disseram ao Money Times que os investidores anteciparam nos últimos dias o pior cenário.

A postura dos mercados nos pregões anteriores derrubou as Bolsas e faz com que, após a decisão do Fed, os investidores encontrem espaço para retomar algumas posições. A palavra-chave para entender o movimento, dizem analistas, é previsibilidade.

O CEO da Autem Investimentos, Sérgio Gaspar, fala em alívio de curto prazo para os investidores, com a leitura de balanços a partir do que indicou o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês). “Vai ter um repique positivo [do Ibovespa]”, afirma.

O Comitê do Fed elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, para o intervalo entre 1,50% e 1,75% ao ano, e projetou um aumento para 3,4% até o final do ano, implicando mais 1,75 ponto percentual de aperto em 2022.

Gaspar destaca que, agora, grandes fundos voltam a tomar posições compradas e que as empresas passam a ter mais previsibilidade sobre investimentos que já estão planejados. “Haverá uma demanda represada no final do ano”, afirma.

O agente autônomo lembra que os EUA precisam controlar a curva de juros. Já a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, destaca que dados do consumo no país nas próximas semanas podem voltar a impactar o Ibovespa.

“Nesse primeiro momento, tem uma adequação. Mas, por mais que o mercado esteja tranquilo, em algum momento pode voltar a estressar”, afirma a especialista.

A economista destaca que o fato de o Fed ser um pouco mais duro indica que a autoridade monetária está comprometida com a convergência da inflação ao consumidor próximo da meta. “Se ele controla a inflação, diminui o risco de recessão”, avalia.

Abdelmalack vê como positiva a estratégia do Comitê de promover um ajuste de 0,75 ponto e de o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizar um aumento de 0,50 em julho, e não o contrário. A decisão, diz, indica um controle maior sobre as expectativas.

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Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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