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“Praia Bitcoin” toma forma em Jericoacoara; mais de 10 estabelecimentos já aceitam bitcoin

05 nov 2022, 16:00 - atualizado em 05 nov 2022, 16:02
Praia Bitcoin Jericoacoara
Imagem da 1ª ativação, houve entregas aos alunos e professores da rede pública, 408 carteiras de papel com 1k sats e brindes (Imagem: Twitter Praia Bitcoin Brazil/Reprodução)

O movimento de adoção ao Bitcoin (BTC) como forma de pagamento pode ter pegado mais força em El Salvador, mas no Brasil, movimentos “maximalistas” já ocupam comércios e encantam parte da população.

Inspirado no Bitcoin Beach, localizado na “Playa El Zonte” de El Salvador, surge a “Bitcoin Beach Brasil”, que toma forma em Jericoacoara, no Ceará.

“Maximalistas” são como os ideológicos do Bitcoin mais fervorosos são chamados entre a comunidade cripto. Os seguidores mais assíduos de Satoshi Nakamoto acreditam que a criptomoeda é a única existente, e seu uso deveria ser como forma de pagamento e reservas de valor.

Conforme o site oficial do projeto, apesar de a Vila de Jericoacoara ser um dos destinos turísticos mais populares do planeta, não tem um único caixa eletrônico. “Fomos esquecidos pelos bancos, mas agora temos Bitcoin.”

“Estamos criando um ecossistema econômico sustentável, com a missão de provar que o Bitcoin pode ter o maior impacto na vida daqueles que a sociedade muitas vezes ignora”, anuncia o site.

Nas redes sociais, o crescimento de estabelecimentos e pessoas que adotam a criptomoeda é divulgado em forma de celebração:

O experimento, como é chamado o movimento criado pelo fundador Fernando Motolese, é uma tentativa de fomentar a economia do lugar através da inclusão das pessoas desbancarizadas.

O investidor e entusiasta brasileiro em criptomoedas, tem o objetivo de criar uma economia circular no vilarejo com a criptomoeda criada por Satoshi Nakamoto.

O projeto pede doações em Bitcoin para pagar as despesas dos serviços prestados às pessoas locais que participam do projeto, segundo conta o site. “Não converteremos doações de Bitcoin em moeda fiduciária”, avisa o site.

A tecnologia mais utilizada no lugar é a rede Lightning, segunda camada do Bitcoin que oferece maior escalabilidade dentro da rede da criptomoeda por funcionar fora do blockchain através de aberturas de “canais de pagamentos”.

“O dinheiro precisa ser livre”, afirma apoiador do experimento

Vinicius Kinczel, atua como P2P (compra e vende Bitcoin das pessoas para fazer o câmbio) e possui um canal nas redes chamado “Palavra de Satoshi”.

No canal, ele viaja Brasil afora buscando ensinar a população a como implementar a moeda como forma de pagamento.

Kinczel também está atuando na linha de frente da Praia Bitcoin e comenta que a importância do projeto tem a ver com a desestatização da moeda enquanto tece críticas ao governo.

“Bitcoin é a ferramenta da liberdade […] O dinheiro precisa ser ‘apolitizado’, é um instrumental muito forte para ter monopólio estatal. Temos que desestatizá-lo”, diz.

Ele conta que começou a ter essa visão já em 2013, um ano antes das eleições eram entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Conforme comenta, em sua opinião, “o dinheiro precisa ser livre”, e não poderia pertencer a governo nenhum. “Seja Aécio, seja Bolsonaro, Lula ou Dilma”, diz.

Como começou o experimento na “Praia Bitcoin” brasileira?

O próprio site do experimento compartilha um documento onde conta a história de como a Praia Bitcoin começou. A intenção é incentivar outros lugares a adotarem a experiência também.

A experiência teve início no dia 8 de setembro de 2021, com a instalação de um nó validador – usado para enviar as transações da rede para um “mempool” onde o minerador acatará e validaria, ou não, em um bloco dentro da Blockchain.

O nó validador escolhido foi o chamado “My Node Btc”, e conforme conta o documento “para fins educacionais, e com equipamentos disponíveis utilizados na vila.”

Foi injetado 0,02 BTC para abertura de canais de pagamentos na rede Lightining com o nó, bem como para aquisição de produtos ou serviços de moradores locais com valor médio de R$ 20 por transação. “Na camada social, R$ 1 foi doado pelos usuários.”

É colocado que, nenhum usuário já teve contato com Bitcoin ou com a Lightning Network, mas tinham smartphones conectados à internet com 120 MegaBytes de espaço livre, e foi suficiente para introduzi-los a esse novo modelo.

Quem já aceita Bitcoin (BTC) na Praia?

No site do projeto, é divulgado um documento com comércios, artesãos e outros artistas que já aceitam a criptomoeda como forma de pagamento. Segundo informações do projeto, mais de 120 pessoas já utilizam como forma de pagamento através de uma carteira virtual.

Conforme dados públicos, atualmente 0,033 BTC, cerca de R$ 3.411,31, circulam na economia da Praia Bitcoin.

Até o momento, conta com dez comércios dos mais diversos – agência de turismo, padaria e pousadas –, três projetos sociais e oito trabalhadores autônomos e outros que, em breve, passarão a integrar a lista.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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