Política

“Precisamos despolitizar a pandemia, já sofremos isso com remédios e vacina”, diz Lira

15 mar 2021, 16:22 - atualizado em 15 mar 2021, 16:27

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), descartou a adoção de lockdown geral no País para conter a pandemia de coronavírus ou mesmo a tomada de medidas mais restritivas em regiões mais atingidas pela Covid-19. A declaração foi dada nesta segunda-feira (15) em conferência online promovida pelos jornais Valor Econômico e O Globo, que também contou com a participação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

“Não há necessidade neste momento de medidas mais duras. Todos os extremos neste momento são complicados. Extremos não ajudam”, apontou Arthur Lira.

“Precisamos despolitizar a pandemia. Já sofremos isso com remédios, na vacina, e agora com a pandemia atingindo nível mais crítico.”

Arthur Lira declarou ser otimista por natureza, e considera ser possível deixar funcionar a economia a partir de critérios técnicos. “Medidas protetivas de fechamento da economia são perigosas”, alertou. “Temos de vacinar e buscar alternativas. A população já sabe o que pode e o que não pode.”

CPI

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que o Congresso poderá instalar em um outro momento uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar erros e eventuais crimes cometidos no combate à pandemia.

“A solução não virá por uma CPI”, ponderou. Pacheco ainda afirmou que o sistema remoto de trabalho no Congresso dificulta o funcionamento de uma CPI.

Senador Rodrigo Pacheco
“A solução não virá por uma CPI”, disse Pacheco (Imagem: Agência Senado/Roque de Sá)

O presidente da Câmara apontou para a necessidade de diminuir as diferenças sobre o combate à crise do coronavírus. “Não é hora de encontrar culpados. É hora de curar quem está doente e prevenir com a vacina quem ainda não adoeceu. Temos a obrigação de nos posicionarmos sempre com muito equilíbrio, para trabalharmos todos juntos”, apontou.

Reforma tributária

O presidente da Câmara lembrou que a reforma tributária será discutida em uma comissão mista de senadores e deputados, presidida pelo senador Roberto Rocha e com relatoria do deputado Aguinaldo Ribeiro.

“Vamos ter uma gestão compartilhada, uníssona, sem vaidades, para que a discussão seja a mais ampla possível”, defendeu. Ele espera que a proposta seja aprovada em até oito meses pelas duas casas do Congresso. “É a mais importante das reformas”, apontou.

“Teremos menos burocracia e maior previsibilidade para as empresas, com menos custo. Será a melhor resposta para a crise.”

Arthur Lira reconheceu as dificuldades para aprovar a reforma tributária, especialmente porque a pandemia dificulta a discussão da proposta. “A questão mexe com interesses gigantescos”, observou. Mesmo assim, ele considera possível que a reforma avance com diálogo e transparência.

Arthur Lira
Arthur Lira reconheceu as dificuldades para aprovar a reforma tributária, especialmente porque a pandemia dificulta a discussão da proposta (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Rodrigo Pacheco apontou para os conflitos entre o iniciativa privada e o setor público, que não quer perder arrecadação no período da pandemia.

“Há dúvidas dentro da iniciativa privada e divisão entre União, estados e municípios. Não é fácil, mas temos de buscar o possível”, propôs.

Eleições

Arthur Lira ainda condenou as discussões sobre as eleições de 2022, e afirmou ser um erro discutir as candidaturas neste momento de crise. “É tempo de aprovar reformas e tratar de problemas urgentes da pandemia. Se perdermos o tempo em discussões de 2022, se não atravessarmos hoje, não chegaremos em 2022”, alertou

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