Economia

Prévia da inflação fecha o ano a 10,42%, maior alta desde 2015

23 dez 2021, 9:03 - atualizado em 23 dez 2021, 9:28
Supermercado Alimentos Inflação
(Imagem: Agência Brasil/Tânia Rêgo)

Prévia da inflação, o IPCA-15 subiu 0,78% em dezembro, fechando o ano a 10,42%, segundo dados do IBGE divulgados nesta quinta-feira (23).

O desempenho de 2021 representa a maior alta acumulada desde 2015, quando o IPCA-15 subiu 10,71%. No entanto, em dezembro o indicador desacelerou sobre o mês anterior, quando foi registrado um avanço de 1,17%.

O IPCA-15 de dezembro também foi abaixo do esperado pelo mercado, que projetava alta mensal de 0,81% e ganhos de 10,46% em 12 meses.

Segundo o IBGE, o maior impacto (0,50 p.p.) e a maior variação (2,31%) vieram mais uma vez dos transportes, que encerraram o ano com alta acumulada de 21,35%.

Na sequência, vieram habitação (0,90%) e alimentação e bebidas (0,35%), que contribuíram com 0,15 p.p. e 0,07 p.p., respectivamente. Os demais grupos ficaram entre o 0,15% de comunicação e o 1,19% de artigos de residência.]

Impacto da gasolina

Segundo o IBGE, o resultado do grupo transportes foi influenciado principalmente pela alta nos preços dos combustíveis (3,40%) e, em particular, da gasolina (3,28%), que contribuiu com o maior impacto individual (0,21 p.p.) no índice do mês.

“Além disso, os preços do etanol (4,54%) e do óleo diesel (2,22%) também subiram, embora as variações tenham sido menores que as do mês anterior (7,08% e 8,23%, respectivamente)”, comentou o instituto em nota.

Os preços dos automóveis novos (2,11%) e usados (1,28%) seguiram em alta, contribuindo com um impacto conjunto de cerca de 0,09 p.p. no IPCA-15 de dezembro. Outro destaque foram as passagens aéreas (10,07%), que voltaram a subir após o recuo de -6,34% observado em novembro.

Escassez hídrica

No grupo habitação (0,90%), a maior contribuição veio da energia elétrica (0,96%), cujo resultado ficou próximo ao do mês anterior (0,93%). Desde setembro, está em vigor a bandeira escassez hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos.

Foram aplicados reajustes tarifários em: Brasília (3,81%), com reajuste de 11,69%; Porto Alegre (3,15%), com reajuste de 14,70% em uma das concessionárias; Goiânia (2,63%), com reajuste de 16,37%; e São Paulo (0,27%), com reajuste de 16,44% em uma das concessionárias.

Ainda em habitação, a variação positiva da taxa de água e esgoto (0,89%) é consequência dos reajustes de 9,86% no Rio de Janeiro (8,09%), e de 9,05% em Salvador (4,41%), diz o IBGE.

O gás encanado (2,58%) também subiu, decorrente dos reajustes de 6,90% no Rio de Janeiro (4,06%), aplicado a partir de 1º de novembro, e de 17,64% em São Paulo (2,28%), a partir de 10 de dezembro.

“Cabe ressaltar o resultado do gás de botijão (0,51%), cujos preços subiram pelo 19º mês consecutivo, acumulando, em 2021, alta de 38,07%”, comenta o IBGE.

Café em alta

A alta de 0,35% em alimentação e bebidas se deve principalmente à alimentação no domicílio (0,46%). A maior contribuição individual veio do café moído (9,10%), que acelerou em relação a novembro (4,91%).

Preços das frutas (4,10%) e das carnes (0,90%) subiram em dezembro, após os recuos do mês anterior (de -1,92% e -1,15%, respectivamente). “Ressalta-se, ainda, a alta da cebola (19,40%), que já havia subido 7,00% em novembro”.

No lado das quedas, os destaques foram o tomate (-11,23%), o leite longa vida (-3,75%) e o arroz (-2,46%).

A alimentação fora de casa variou 0,08%, diz o IBGE. “Por um lado, houve alta de 1,62% no subitem refeição. Por outro, recuo de 3,47% nos preços do subitem lanche, que contribuiu com o segundo maior impacto negativo (-0,06 p.p.) no IPCA-15 de dezembro”.

O único grupo com queda em dezembro foi saúde e cuidados pessoais (-0,73%). A variação negativa ocorreu por conta dos itens de higiene pessoal (-3,34%), em particular o perfume (-9,82%), os produtos para pele (-8,70%) e os artigos de maquiagem (-4,71%).

Segundo o IBGE, todas as regiões pesquisadas apresentaram alta em dezembro. A maior variação foi registrada na região metropolitana de Salvador (1,13%), enquanto o menor resultado ocorreu na região metropolitana de Belém (0,32%).

*Conteúdo em atualização. Mais informações em instantes.

Editor
Jornalista formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em finanças pela Estácio. Colaborou com Gazeta do Povo, Estadão, entre outros.
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