Eleições 2018

Ideologia de esquerda perde força e anima mercado

08 out 2018, 13:53 - atualizado em 08 out 2018, 13:57
Dilma
A ex-presidente Dilma Rousseff perdeu a disputa no Senado de Minas Gerais

Além do surpreendente desempenho de Jair Bolsonaro (PSL) na candidatura à presidência da República, as eleições deste ano trouxeram à tona outra mudança no cenário político brasileiro: a renovação no Senado e na Câmara e a consequente queda da ideologia de esquerda no Brasil.

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A consultoria política internacional Eurasia especulou que o candidato do PSL tem 75% de chance de se tornar o próximo presidente, em relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (8). Ele ficou com 46,04% dos votos válidos, contra 29,24% do concorrente no segundo turno, Fernando Haddad (PT). O BTG Pactual projeta uma valorização do Ibovespa para 105 mil pontos com a eventual eleição de Bolsonaro.

De acordo com um relatório do Credit Suisse publicado nesta segunda-feira (8) e assinado por Leonardo Fonseca  e Lucas Vilela, o enfraquecimento da esquerda está cada vez mais evidente: em relação ao ano de 2014, as cadeiras no Senado que pertenciam a políticos de esquerda caíram de 29 para 21, enquanto o número de senadores de partidos de direita foi de 11 a 18.

A queda não é só nos partidos de esquerda, e também representa uma fragmentação dos grandes partidos e alianças: PT, MDB, PSDB, PP e DEM, os cinco maiores partidos no Senado, perderam 11 cadeiras entre 2014 e 2018.

A renovação de partidos pode ser compreendida também através do índice de senadores que tentavam a reeleição: em 2018, 59% (em 2014, apenas 37% dos senadores queriam se reeleger) dos candidatos buscavam outro mandato, mas apenas 25% conseguiram (contra 50% em 2014).

Dilma Rousseff, Eduardo Suplicy e Lindbergh Farias

Em Minas Gerais, a ex-presidente Dilma Rousseff ficou apenas na quarta posição para o Senado. O pleito foi vencido por Rodrigo Pacheco (DEM) e o Jornalista Carlos Viana (PHS). Em São Paulo, o petista Eduardo Suplicy foi o terceiro e viu a eleição de Major Olímpio (PSL) e Mara Gabrilli (PSDB). Lindbergh Farias (PT) também ficou de fora, perdendo para Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD).

Câmara dos Deputados

O aumento de representatividade da direita também é claro na Câmara. Partidos de direita aumentaram o número de parlamentares de 78 a 141 em entre 2014 e 2018, enquanto o centro caiu de 277 a 219. Já a esquerda foi de 158 a 153 no mesmo período. O partido que mais elegeu parlamentares foi o PSL, que tinha apenas um deputado e agora tem 52. Só em São Paulo foram três: Eduardo Bolsonaro (que foi o mais votado do estado), Alexandre Frota e Joice Hasselmann.

De acordo com o Credit Suisse, a composição mais equilibrada do Congresso fará com que qualquer um dos possíveis presidentes, Bolsonaro ou Fernando Haddad (PT), tenha que trabalhar para construir alianças com partidos de centro para aprovar emendas constitucionais. Enquanto o candidato do PSL conta com uma coalizão feita de partidos que somam 10% dos parlamentares, a chapa de Haddad é representada por 14,2% dos parlamentares na câmara. É importante notar que PT e PSL são os dois partidos com a maior quantidade de deputados eleitos neste ano (56 e 52, respectivamente).

Eduardo Bolsonaro, Alexandre Frota e Joice Hasselmann

Segundo a LCA Consultores, a bancada BBB (boi, bala, Bíblia) será mais forte do que a atual. “Tudo indica que as bancadas de partidos potencialmente mais próximos a Bolsonaro serão maiores do que se esperava”, destaca a análise. Enquanto as sementes da predominância desse grupo são espalhadas nos noticiários, as ações da Forjas Taurus (FJTA4) disparam e ultrapassam os 4% nesta tarde de segunda.

Veja o gráfico abaixo, que ilustra a mudança na composição do Congresso.

(Credit Suisse)

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