Mercados

Queridinho dos tubarões: O fundo que captou R$ 1 bilhão e é destaque das Small Caps

06 out 2023, 15:32 - atualizado em 09 out 2023, 10:21
Painel com ações
O fundo é dedicado exclusivamente às Small Caps, e é um dos produtos da renomada gestora Trígono (Imagem: Getty Images/Canva)

O mar não está para peixe na Faria Lima. As famosas “assets”, também conhecidas como gestoras de investimento, têm disputado com a alta da renda fixa, reflexo da Selic em alta, que trouxe CDBs atraentes e notas do Tesouro Nacional pagando bons retornos (e sendo apetitosamente compradas por investidores institucionais, os tubarões do setor).

Mas a Trígono Capital, conhecida no setor por investimento em Small Caps e com um bom track record (termo local para avaliar o histórico e o desempenho das assets), tem se saído vitoriosa e atraído investidores. Nesta quinta (5), a asset anunciou que um de seus fundos captou R$ 1 bilhão, indo na contramão da indústria de fundos, que têm registrado uma onda de saques neste ano.

Até agosto, os fundos de investimento registram um saldo negativo de R$ 76,3 bilhões, de acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Muitos desses saques ocorrem especialmente entre os players institucionais, como os EFPC (Entidades Fechadas de Previdência Complementar), mais conhecidos como fundos de pensão. É nessa categorias que estão os tubarões dos investimentos, com patrimônio bilionário.

Mas há uma característica especial entre eles: precisam bater uma “meta atuarial” todo ano, para se manterem solventes e continuarem a pagar benefícios a seus associados. Com a Selic alta e consequente valorização dos NTN (Notas do Tesouro Nacional), o apetite desse público tem se voltado para esse investimento conservador, que faz com que cumpram suas metas, mas aportando menos na bolsa.

Tubarões sem apetite por renda variável

Segundo a Abrapp (Associação Brasileira das EFPC), maior representante do setor no país, o investimento médio em renda variável de todos os fundos de pensão está, em média, em 12% das carteiras dessas entidades, no menor patamar desde 2016 (último ano com informações disponíveis).

No caso, os aportes em renda variável contemplam não só investimentos na bolsa, mas também em fundos de participações, exclusivos para investidores deste tamanho. Ou seja, o percentual de alocação na bolsa é abaixo desses 12%.

Fundo da Trígono rendeu 264% desde 2018

Não é a toa que a gestora conseguiu atingir R$ 1 bilhão de captação em seu principal fundo em meio a uma onda de saques. O Trígono Flagship Small Caps rendeu 264% desde 2018, quase 15 vezes o seu benchmark, o índice SMLL, que registrou alta de 16,59% no período. No ano, até setembro, o fundo rendeu 9,14%, contra 0,73% do benchmak, que alcançou 5,06%.

Conhecida por aportes em Small Caps, e também pelo seu CIO (Chief Investiment Officer) e fundador, Werner Roger, considerado um às na gestão de investimentos, a gestora obteve o resultado em parte veio por investidores institucionais, como fundos de pensão, os “tubarões” do mercado financeiro; e parte veio também de investidores pessoas físicas, através de fundos feeder, que alimentam o fundo principal da empresa.

  • AS 10 MELHORES AÇÕES PARA INVESTIR EM OUTUBRO: O analista-chefe João Piccioni revela as oportunidades da carteira da Empiricus Research, que deu tchau para a B3 (B3SA3) e incluiu um novo papel com grande potencial. É só clicar aqui e assistir ao Giro do Mercado!

O segredo do fundo

Referência no mercado, o CIO (Chief Investment Officer) da Trígono, Werner Roger, já falou sobre seus resultados nas Small Caps: “Eu invisto há 40 anos e onde mais ganhei dinheiro foi nas small caps”.

“Buscamos identificar as assimetrias entre preço e valor, acompanhando de perto empresas com menor cobertura do mercado, o que nos permite encontrar excelentes casos de valorização”, afirma Roger.

A Trígono não abre a carteira, mas mostra os setores e o percentual aonde mais investe. De acordo com relatório mensal divulgado pela asset em setembro, os setor preferido do fundo é o da Indústria, que corresponde a quase metade dos aportes (49%).

Em segundo lugar, vem o Agronegócio, com 19%; e em terceiro, Mineração e Metalurgia, com 15%. Veja abaixo a divisão total:

  • Indústria (49%);
  • Agronegócio;
  • Mineração e Metalurgia;
  • Química (7%);
  • Comércio (3%);
  • Concessão e Energia (3%);
  • Logística (2%);
  • Óleo e Gás (2%).

 

 

repórter
Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
Linkedin
Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.