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Real digital, dólar digital, yuan digital… 2022 será, enfim, o ano das CBDCs?

27 dez 2021, 8:00 - atualizado em 22 dez 2021, 18:16
Moedas Tecnologia Digital Vetor CBDC
Neste artigo, você irá compreender como funcionam as CBDCs e ver em qual estágio encontram-se os países que decidiram desenvolver sua moeda digital (Imagem: Freepik/pch.vector)

As moedas digitais emitidas por banco centrais (CBDCs, na sigla em inglês) são versões digitais de moedas fiduciárias nacionais. 

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Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), CBDCs correspondem a uma nova forma de dinheiro e apresentam as seguintes características: existem no formato digital, são emitidas pelo banco central de um país e servem como uma moeda corrente legal.

Neste artigo, você irá compreender como funcionam as CBDCs e ver em qual estágio encontram-se os países que decidiram desenvolver sua moeda digital.

Como funcionam as CBDCs?

Apesar de alguns governos indicarem o blockchain como a tecnologia por trás da moeda digital nacional, os bancos centrais ainda são os detentores da autoridade sobre o livro-razão, em que são registrados e detalhados dados de transações.

O controle sobre a CBDC pelo banco central a torna uma moeda digital centralizada, diferentemente de algumas criptomoedas, como o bitcoin (BTC) e o ether (ETH).

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Há diferentes modos pelos quais uma CBDC pode ser implementada por um Estado. As moedas digitais geralmente funcionam de modo semelhante a carteiras digitais móveis, como Apple Pay e Google Pay, por exemplo.

Quais países já desenvolveram ou estão desenvolvendo sua CBDC?

Segundo o site Atlantic Council, os países com projetos de moedas digitais nacionais podem estar em alguma das seguintes fases: “pesquisa”, “desenvolvimento”, “teste piloto”, “lançamento concluído”, “inativo” ou “cancelado”.

Lançamento concluído:

Vamos começar pelas nações que já desenvolveram e implementaram sua CBDC. Ao todo, dez países já lançaram sua moeda digital, e acredite: nenhum deles está no eixo Europa-América do Norte.

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Essas nações são: Bahamas, Antígua e Barbuda, Granada, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, Monteserrat, São Vicente e Granadinas, Dominica, Venezuela e Nigéria. 

O primeiro país que lançou sua CBDC foram as Bahamas, com o “Sand Dollar”, versão digital do dólar bahamense (BSD), implementada em outubro de 2020. Já a nação mais recente é a Nigéria, que lançou a e-Naira em outubro deste ano.

Apesar de ainda estar disponível somente para pessoas que têm contas bancárias, a próxima fase do lançamento tornará e-Naira disponível para aqueles que não são clientes de bancos. 

Teste piloto:

Na fase “teste piloto”, encontram-se 14 países, espalhados pela maioria dos continentes: Anguila, Jamaica, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Ucrânia, Suécia, Lituânia, China, Hong Kong, Coreia do Sul, Tailândia, Cingapura e Malásia.

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Dentre as nações acima, a que mais se destacou em 2021 quanto ao desenvolvimento da CBDC foi a China, com o yuan digital (ou “e-CNY”). O país foi destaque no cenário internacional com as diversas fases do teste da moeda digital.

Em agosto deste ano, a capital Pequim havia integrado a moeda digital totalmente no sistema de pagamentos do metrô da cidade.

Já em novembro de 2021, a quantidade de cidadãos chineses que aderiram ao yuan digital em quatro meses aumentou mais de seis vezes. No mês passado, 140 milhões de chineses – 10% da população do país – já usavam e-CNY em sua fase piloto.

Desenvolvimento:

Já a fase de desenvolvimento da CBDC conta com 15 regiões, sendo elas: Canadá, Brasil, Haiti, Ilhas Maurício, Bahrein, Austrália, Palau, Camboja, Japão, Rússia, Turquia, Líbano, Israel, Suíça e a União Europeia, com o euro digital.

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Segundo a Agência Senado, o Banco Central planeja lançar o real digital até 2024, mas a primeira versão da moeda poderá ser lançada no ano que vem. 

Em 30 de novembro, o BC criou o Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT), com o objetivo de que bancos e instituições financeiras participassem da elaboração do projeto, a fim de tornar o real digital algo possível.

Segundo a CNN Brasil, o Banco Central planeja reunir as instituições e suas propostas para a moeda digital. Estas poderão ser enviadas ao BC logo no início de 2022, e serão selecionadas aquelas que forem mais bem avaliadas. O prazo para divulgação dos finalistas é 4 de março.

Em seguida, a intenção do BC é iniciar o desenvolvimento das propostas selecionadas, a partir de 28 de março, com término previsto para 29 de julho. Por fim, serão estabelecidas datas para realização de testes práticos, junto à população. 

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Pesquisa:

A categoria de pesquisa é a que apresenta a maior quantidade de países, sendo ao todo 40 nações. Algumas das principais são: Chile, Peru, Estados Unidos, Índia, Marrocos, Gana, Tunísia, Palestina, Reino Unido, Noruega, Nova Zelândia e Indonésia.

Em setembro de 2021, o Banco Central chileno criou uma equipe para trabalhar na versão digital do peso chileno, que terá início em 2022. 

Já em relação aos Estados Unidos, o debate quanto ao dólar digital tem dividido opiniões. No começo de outubro de 2021, era aguardada a divulgação de três documentos que poderiam estabelecer uma direção para a moeda digital, mas, desde então, esses documentos não foram mais comentados pelas autoridades.

Em setembro, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, afirmou que o ideal seria contar com o apoio do Congresso americano para o desenvolvimento da versão digital do dólar.

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O que se sabe até o momento é que a unidade do Federal Reserve na cidade de Boston está trabalhando com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em protótipos de aplicações do dólar digital.

Inativo:

A categoria de países que não forneceram mais atualizações sobre o status de elaboração de sua moeda digital abrange uma quantidade pequena de nações. Esses países são: Dinamarca, Finlândia, Coreia do Norte, São Martinho, Curaçao, Uruguai e Egito.

Cancelado:

Os dois únicos países que cancelaram a versão digital de sua moeda nacional são Equador e Senegal. No caso do país sul-americano, o governo chegou a lançar, em 2014, o “Sistema de Dinero Eletrónico” (SDE) – a moeda digital – mas, por falta de confiança no Banco Central, o projeto falhou e foi cancelado em 2017.

Quanto ao país africano, em 2016, a União Econômica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA) havia decidido testar o desenvolvimento de uma moeda digital em Senegal, membro da organização.

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No entanto, logo no início do desenvolvimento, o Banco Central da UEMOA retirou o suporte, e o projeto foi cancelado.

A partir dos dados mostrados, percebe-se que as CBDCs poderão fazer parte oficialmente da economia de vários países no futuro.

Visto que muitos governos questionam ou repreendem o uso de criptomoedas e criptoativos em atividades cotidianas, a possibilidade de uma versão digital da moeda nacional parece agradar mais os reguladores, ainda mais pelo fato de representar uma economia na impressão de cédulas de papel e um maior controle sobre o cenário econômico.

Um outro fator que faz a CBDC atraírem mais os governos é a possibilidade de a população não precisar de uma conta bancária para usar a moeda digital, o que se mostra muito vantajoso em países em que a população tem baixo acesso a finanças tradicionais.

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Repórter
Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
vitoria.martini@moneytimes.com.br
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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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