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Real fraco sinaliza anos seguidos de mais açúcar no Brasil

30 jul 2020, 16:54 - atualizado em 30 jul 2020, 16:54
Açucar
A Biosev, controlada pela Louis Dreyfus, já fez hedge dos preços para 432 mil toneladas da temporada 2021-22 (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Enquanto economias globais enfrentam desafios para a retomada diante do impacto da pandemia no consumo, usinas de açúcar no Brasil sinalizam que continuarão produzindo amplos volumes do adoçante nos próximos dois anos. A alta do dólar em relação ao real tem ajudado a manter a rentabilidade do setor.

Depois de registrar volumes recordes de hedge para a temporada que começou em abril e para a seguinte, as usinas do país já fixaram os preços para 2022-2023 por meio da combinação de futuros em Nova York e hedge cambial, disse Plinio Nastari, presidente da Datagro, em entrevista por telefone.

Com vendas antecipadas de açúcar de exportação para os próximos dois anos, as usinas podem ganhar de 2,3 centavos a 2,4 centavos de dólar por libra acima do preço esperado para o etanol, disse Nastari, acrescentando que a baixa liquidez no mercado futuro de etanol no Brasil não permite muita visibilidade para o biocombustível à frente.

Isso indica que o Brasil poderá produzir mais açúcar nos próximos anos.

A Biosev, controlada pela Louis Dreyfus, já fez hedge dos preços para 432 mil toneladas da temporada 2021-22, acima das 172 mil toneladas que havia feito um ano antes para a safra seguinte, segundo dados da empresa.

“Vemos o Centro-Sul ainda produzindo muito açúcar em 2021-22, apesar de um pouco menos do que na safra deste ano”, disse Dorothea Soule, diretora comercial da Biosev. “O etanol pode se recuperar até outubro, sustentado por maiores exportações”, afirmou em entrevista.

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