Internacional

“Recessão em 2022”: Busca por termo no Google tem alta repentina de 4.500%; entenda

26 maio 2022, 13:47 - atualizado em 26 maio 2022, 14:45
Recessão EUA
O aumento da preocupação com uma potencial recessão é provocada principalmente pela incerteza em relação à economia dos EUA (Imagem: Berkah / GettyImages)

O termo “Recessão em 2022″ (recession in 2022, em inglês) sofreu um aumento repentino de buscas no Google (GOGL34)  no mundo todo durante o último mês de maio.

Na semana de 17 a 23 de abril, o termo estava abaixo da linha dos 50% do Google Trends, o que significa que ele estava com “metade da popularidade”, conforme o site. Já na semana entre 15 e 21 de maio, houve um pico de popularidade do termo no site de buscas.

Assuntos relacionados, como “a recessão está vindo em 2022?”, “haverá uma recessão em 2022?” e “recessão 2023” também sofreram um aumento repentino de mais de 2.000% entre abril e maio.

A origem das pesquisas por esses termos vem, principalmente, dos EUA, Canadá e Irlanda, seguido por Reino Unido, Alemanha, China, Austrália e outros países europeus.

Segundo o National Bureau of Economic Research, as recessões exigem “um declínio significativo na atividade econômica que se espalha por toda a economia e dura mais do que alguns meses”.

Recessão nos EUA?

Os especialistas concordam que o aumento da preocupação com uma potencial recessão é provocada principalmente pela incerteza em relação à economia dos EUA.

Yihao Lin, coordenador econômico da Genial Investimentos, credita o crescimento das buscas a dois fatores principais: as recentes discussões em torno do ajuste monetário do Federal Reserve, com o aumento das taxas de juros, que devem acontecer ao longo deste ano; e a redução do PIB norte-americano no primeiro trimestre.

A atividade econômica nos EUA contraiu 1,5% no 1T22. Contudo, o especialista avalia esse dado sozinho não dá a leitura correta da atual conjuntura econômica do país.

“Embora o PIB tenha caído, isso foi concentrado em uma balança comercial deficitária e na queda dos estoques, que contribuíram muito para a leitura negativa”, explica. “Por outro lado, a demanda por consumo das famílias e de investimentos das empresas apresentaram um grande apetite”, complementa.

Piter Carvalho, economista da Valor Investimentos, avalia que o resultado de um PIB negativo é algo inédito para a economia norte-americana, já que as atuais gerações de consumidores não estão acostumadas com um cenário inflacionário.

Atualmente, a inflação dos EUA está em 8,5, a maior em 41 anos. “A economia vem sofrendo com a queda nas exportações, com a China fechada e a Europa morna por conta da guerra”, explica Carvalho.

Ao jornal norte-americano Business Insider, os economistas do Deutsche Bank não esperam uma recessão em 2022, mas apostam nela em um longo prazo.

A perspectiva é de uma desaceleração na demanda por gastos do consumidor, enquanto a economia se estabilizará.

“A reversão nos gastos com bens não provocará uma desaceleração severa, mas será suficiente para desacelerar o crescimento econômico no próximo ano”, disse Brett Ryan, economista sênior do Deutsche Bank, ao Insider

E o Brasil com isso?

No Brasil, por outro lado, a busca por termos relacionados à recessão está abaixo da linha dos 50% no Google Trends, após um pico repentino em dezembro do ano passado.

Apesar disso, uma eventual recessão nos Estados Unidos também seria sentida na economia brasileira. Já que o tamanho da economia norte-americana provoca uma importância sistêmica nas demais economias globais.

Carlos Macedo, economista e especialista em alocação de investimentos da Warren, explica que o Brasil tem nos EUA um parceiro comercial muito relevante, e uma desaceleração econômica lá “reduziria o nosso volume exportado, afetando a atividade interna”.

Outra questão é o potencial aumento do nível de incerteza global. “Ninguém investiria em um momento de recessão, sobretudo uma recessão norte-americana, então nós teríamos menos recursos vindo para o Brasil, e uma redução do canal de investimentos, afetando a nossa economia”, conta Macedo.

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Jornalista formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e repórter no portal Money Times, com passagem pela redação da Forbes Brasil. Atualmente escreve e acompanha notícias sobre economia, empresas e finanças.
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