Economia

Reduflação: Conheça o fenômeno que encarece produtos e irrita Biden e brasileiros

06 mar 2024, 17:12 - atualizado em 06 mar 2024, 17:12
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Reduflação na mira: no Brasil, um projeto que tramita no Senado quer obrigar empresas a informar as mudanças quantitativas (Imagem: Pexels)

Você pode não saber o que é reduflação, mas seu bolso sim. Trata-se da prática das empresas de entregar menos pelo mesmo preço. Para tanto, reduzem o peso líquido dos produtos, diminuem o tamanho das embalagens e o número unidades por pacote, entre outras táticas. Na prática, isso significa cobrar mais e, sim, isso gera inflação.

O problema atinge consumidores em todo o mundo, a ponto de ser criticado explicitamente pelo atual presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden. Em um vídeo recente, Biden afirmou que “o que mais me deixa irritado é que os potes de sorvete realmente encolheram de tamanho, mas não de preço”.

Tática faz com que consumidores não percebam a mudança

Ao permanecer com os mesmos preços, enquanto a mudança física é praticamente imperceptível, as empresas conseguem fazer com que os consumidores não sintam a diferença.

Nos EUA, entre 2019 e 2023, a reduflação fez com que a inflação para produtos como papel toalha e papel higiênico aumentasse cerca de 3,6 pontos percentuais. A mudança também é vista nos snacks, com o processo adicionando 2,6 pontos percentuais à inflação.

Ao jornal americano The New York Times, John Gourville, professor da Harvard Business School, afirmou que é possível que as pessoas notem a diminuição na quantidade, mas em geral não notam.

Outra tática é reduzir o tamanho em três dimensões, diminuindo reentrâncias e aparando os cantos das embalagens, o que diminui ainda mais as chances dos compradores perceberem.

Reduflação também é vista no Brasil

O problema também é sentido pelos brasileiros e já chamou a atenção da classe política. Por aqui, há um projeto no Senado que obriga empresas a informar no rótulo de suas embalagens as mudanças quantitativas dos produtos. Elas devem ser mantidas por, no mínimo, dois anos sempre que a redução for superior a 10%.

Thiago Martello, fundador da edtech e fintech Martello EF, afirma que é necessário prestar atenção para que a compra seja feita de forma inteligente.

“Se a quantidade diminui, pode ser que aquele mesmo produto não seja suficiente para o consumo da família, que tende a realizar uma nova compra, onerando as contas. Nestes casos, é importante avaliar se não é mais vantajoso mudar de marca em alguns casos”, afirma Martello.

Estagiária
Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
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Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo (ECA-USP). Apaixonada pela escrita e pelo audiovisual, ingressou no Money Times em 2023.
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