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Restrições de Covid-19 na China reduzem demanda por óleo de soja e apetite por soja

25 maio 2022, 8:43 - atualizado em 25 maio 2022, 8:43
Oleo de Soja
A China é o maior consumidor mundial de óleos comestíveis, com milhões de restaurantes consumindo cerca de metade das 17 milhões de toneladas de óleo de soja usadas todos os anos para fritar alimentos (Imagem: REUTERS/Jason Lee)

A queda na demanda por óleo de soja na China deve reduzir o consumo da oleaginosa no maior consumidor mundial do grão, já que os lockdowns para impedir a propagação de Covid-19 fecharam restaurantes e cantinas, segundo comerciantes e analistas.

A China é o maior consumidor mundial de óleos comestíveis, com milhões de restaurantes consumindo cerca de metade das 17 milhões de toneladas de óleo de soja usadas todos os anos para fritar alimentos.

Mas um lockdown de dois meses em Xangai, a maior e mais rica cidade da China, e as restrições de deslocamento anti-Covid-19 em várias outras grandes cidades reduziram o consumo de soja, que será transferido para a demanda por soja.

A demanda por todos os óleos comestíveis na campanha de comercialização de 2021/22, que começou em setembro passado, deve cair 8,45% em relação ao ano passado, para 39,02 milhões de toneladas, o primeiro declínio neste século, de acordo com o Centro Nacional de Informações sobre Grãos e Óleos –instituto de pesquisa do governo chinês– por causa dos lockdowns, altos preços da soja e substituição por gorduras animais.

O consumo chinês de óleo de soja caiu 11% em março e 15% em abril em relação aos mesmos meses de 2019, antes da pandemia de Covid, segundo estimativas da Mysteel, consultoria de commodities com sede na China.

O uso geral de óleo de soja será de 16,74 milhões de toneladas em 2022, uma queda de cerca de 500.000 toneladas em relação a 2019.

“Normalmente, usaríamos cerca de uma garrafa de óleo comestível, cerca de cinco litros, por dia, principalmente óleo de soja. Agora, com o restaurante fechado, nem um fio de óleo é usado”, disse o dono de um pequeno restaurante em Pequim. Seu restaurante está fechado desde o início de maio.

Para o ano-safra de 2021/22, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima que a China consumirá 17,4 milhões de toneladas de óleo de soja, abaixo dos 17,6 milhões de toneladas no período de 2020/21. O USDA prevê que o consumo se recupere na safra 2022/23 para um recorde de 18,05 milhões de toneladas.

A queda na demanda por óleo de soja deve impactar as importações globais da oleaginosa pela China.

De acordo com dois comerciantes da China em tradings internacionais, o país cobriu apenas cerca de 30% de sua demanda mensal de importação de soja para julho e apenas 20% para agosto.

A fraca demanda de óleo comestível ocorre quando os esmagadores de soja já enfrentam uma demanda fraca por farelo de soja, ingrediente da ração animal rico em proteínas também produzido durante o processo de esmagamento.

A produção industrial de ração animal da China em abril caiu quase 11% em relação ao ano anterior, para 22,49 milhões de toneladas, com ração para suínos caindo 15,2%, devido a matérias-primas caras e margens fracas de produção de suínos, segundo a Associação da Indústria de Ração da China.

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