BusinessTimes

Risco cibernético: Quanto deste risco real já está no seu valuation?

22 jul 2022, 16:49 - atualizado em 22 jul 2022, 17:40
Hakcer cibersegurança segurança digital internet web cyber seguro
Anywhere office e o aumento do comércio eletrônico foram os principais motivadores para esse crescimento na quantidade de crimes digitais”, diz Heverton Peixoto (Imagem: Pixabay/ JavadR)

Se você é um investidor profissional ou mais experiente, sabe que a composição da modelagem de valuation das empresas não é um processo simples, mas que precisa ser considerado para evitar perdas na carteira.

Verificar o fluxo de caixa, o patrimônio líquido, o EBTIDA, o crescimento nos últimos anos e os resultados em geral apresentados, entre outras variáveis, está entre os movimentos de quem realmente procura no detalhe alcançar alta rentabilidade. Atualmente, agrega-se à essa conta o risco cibernético.

A situação é bastante preocupante em todo o mundo. Um levantamento da consultoria internacional Ernst & Young (EY), divulgado no ano passado, estima que os ataques cibernéticos às empresas cresceram 300% na pandemia. Foram entrevistadas companhias do Brasil, EUA, África do Sul, Índia, Suíça, entre outros.

Falando-se apenas do nosso País, segundo a Fortinet, houve mais de 88,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos (inclusive fora do ambiente corporativo) em 2021, um crescimento de 950% com relação a 2020.

A avaliação principal é de que o anywhere office e o aumento do comércio eletrônico foram os principais motivadores para esse crescimento na quantidade de crimes digitais, mas a vulnerabilidade dos sistemas digitais das empresas também contribuiu para esse quadro preocupante.

Risco cibernético e falta de prioridades

Heverton Peixoto
“Cyber seguro se faz importante para a cobertura de despesas para restauração e recuperação de dados”, diz Peixoto (Imagem: Divulgação/ Wiz/ Paulo Negreiros)

Um estudo da Kaspersky, companhia de softwares de proteção a ataques virtuais, revelou em 2022 que a cibersegurança não é prioridade para 1/3 das pequenas e médias empresas brasileiras. Em 15% delas não há sequer uma pessoa responsável pela Tecnologia da Informação.

Enquanto as companhias não se movem para aumentar a proteção – e também conter danos em caso de vazamentos de dados -, a margem à perda de credibilidade pode ser a derrocada dos negócios. É preciso atentar ao resguardo de informações que transitam no meio digital.

Quando falamos de cibersegurança, um dos principais produtos que protegem as empresas é o cyber seguro. Ele é moldado especificamente para amparar contratantes quanto às perdas financeiras a partir dos ataques virtuais. A falta de ações preventivas e os erros de usuários e sistemas permitem o vazamento de dados e impactam no sigilo dos dados.

Despreparo? Descrença? Retenção de custos? O que leva as empresas a não se planejarem para a invasão de hackers e suas consequências como a paralisação de fábricas processadoras de alimentos, a perda de exames médicos de clientes, uma série de ações de danos materiais e morais na Justiça? E o impacto relativo à imagem e reputação…

A solução inicial está em Políticas de Segurança da Informação revisadas periodicamente, na configuração de filtros anti-spam de maneira mais restritiva, na segmentação de rede, no treinamento de conscientização para todos os colaboradores e terceiros, em endpoints com inteligência artificial e análise comportamental, além de backups segregados do ambiente convencional.

Contudo, nenhuma das sugestões acima garante 100% de eficácia. Assim, o cyber seguro se faz importante para a cobertura de despesas para restauração e recuperação de dados, gastos com monitoramento, custos com escritórios de advocacia e reparação aos clientes, sequência breve das operações e dos lucros mesmo em meio à interrupção de serviços de rede.

E não podemos nos esquecer de um componente que jogou ainda mais os holofotes no tema: a Lei Geral de Proteção de Dados, que entrou em vigor recentemente no Brasil. Ela exige a proteção do tratamento de dados pessoais, tanto no meio físico quanto no digital.

Lei Geral de Proteção de Dados e risco cibernético

A LGPD surgiu para abrir os olhos das empresas com relação à comercialização ilegal de dados feitas por criminosos e até mesmo para certificar a finalidade das operações comerciais realizadas em ambiente lícito.

As coberturas do cyber seguro agem frente ao sequestro de informações de uma empresa, violação da Política e Leis de Dados Pessoais, uso indevido de informações confidenciais e modificação de dados armazenados em qualquer sistema.

O seguro cyber parte de um diagnóstico que leva em conta o porte da empresa, suas conexões, sistemas de proteção e suas vulnerabilidades, mercado de interesse dos hackers, volume de informações em risco, extensões possíveis de danos e aspectos a serem cobertos. O produto é muito alinhado à mitigação de riscos e danos, principalmente ante possíveis casos de processos judiciais.

Pasmem! No ano passado, a Mastercard e o Instituto Datafolha revelaram que 80,6% de 351 empresas de médio porte consultadas em um estudo afirmaram que dão muita importância à cibersegurança, mas apenas 31% delas priorizam a área no plano de investimento anual.

Uma empresa que se preocupa de fato com a cibersegurança investe em processos e produtos que garantem maior segurança aos seus stakeholders e ao mercado como um todo.

Para você, investidor, fica o questionamento: não é melhor começar a olhar a fundo esse assunto para chegar ao valuation das empresas que estão em sua carteira ou que irão compor seus aportes futuros?

*Colaborou Eduardo Bezerra, Gerente Comercial de Cyber Insurance da Wiz Corporate.

*Heverton Peixoto é CEO da Wiz Soluções e graduado em Engenharia Civil com MBA em Corporate Finance no Insead, França. Possui experiência relevante de mais de 15 anos em diferentes indústrias e segmentos, tendo atuado por 4 anos como Diretor Executivo da Wiz Corporate e 1 ano como Diretor de Transformação Digital da Wiz. Foi também consultor da Mckinsey & Company de 2008 a 2013, participando ativamente de projetos estratégicos no mercado bancário e de seguros da América Latina. Heverton Peixoto iniciou sua carreira na Rede Esho/Grupo Amil, com relevante experiência na indústria de seguros e saúde suplementar.

Money Times é Top 10 em Investimentos!

É com grande prazer que compartilhamos com você, nosso leitor, que o Money Times foi certificado como uma das 10 maiores iniciativas brasileiras no Universo Digital em Investimentos. Por votação aberta e de um grupo de especialistas, o Prêmio iBest definirá os três melhores na categoria de 2022. Se você conta com o nosso conteúdo para cuidar dos seus investimentos e se manter sempre bem-informado, VOTE AQUI!

 

CEO da Omni
CEO da Omni. Graduado em Engenharia Civil com MBA em Corporate Finance no Insead, França. Possui experiência relevante de mais de 15 anos em diferentes indústrias e segmentos, tendo atuado por quatro anos como Diretor Executivo da Wiz Corporate e um ano como Diretor de Transformação Digital da Wiz. Foi também consultor da Mckinsey & Company de 2008 a 2013, participando ativamente de projetos estratégicos no mercado bancário e de seguros da América Latina. Heverton Peixoto iniciou sua carreira na Rede Esho/Grupo Amil, com relevante experiência na indústria de seguros e saúde suplementar.
CEO da Omni. Graduado em Engenharia Civil com MBA em Corporate Finance no Insead, França. Possui experiência relevante de mais de 15 anos em diferentes indústrias e segmentos, tendo atuado por quatro anos como Diretor Executivo da Wiz Corporate e um ano como Diretor de Transformação Digital da Wiz. Foi também consultor da Mckinsey & Company de 2008 a 2013, participando ativamente de projetos estratégicos no mercado bancário e de seguros da América Latina. Heverton Peixoto iniciou sua carreira na Rede Esho/Grupo Amil, com relevante experiência na indústria de seguros e saúde suplementar.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.