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Rodolfo Amstalden: meus palpites para 2020

02 jan 2020, 12:51 - atualizado em 02 jan 2020, 12:51
“Não espero um 2020 preguiçoso, mas, sim, de esforços monstruosos”, afirmou o colunista (Imagem: Empiricus)

Sejamos todos bem-vindos a 2020.

Anos ímpares simbolizam para mim períodos de desordem, enquanto anos pares trazem estabilidade.

Digo isso sem respaldo científico, e sem qualquer juízo de valor.

A interpretação corriqueira seria de que prefiro anos pares aos ímpares, mas sabemos hoje que a desordem é tão vital quanto a estabilidade. Inexiste hierarquia entre as duas condições.

Enquanto a primeira se manifesta naturalmente, por rompante, a segunda geralmente exige esforços imensos, de todos os lados.

Nosso destino inequívoco está no aumento da entropia; muita energia é gasta buscando moldar e manter pequenos equilíbrios estáveis dentro do universo.

Logo, não espero um 2020 preguiçoso, mas, sim, de esforços monstruosos.

O Ibovespa disparou +31,58% no ano passado, enquanto o dólar, depois de muita frescura, subiu apenas +3,50%.

Os melhores retornos de 2019 foram Bolsa e ouro (+28,10%), corroborando nossa argumentação prévia de que é perfeitamente possível ter uma classe “agressiva” e outra “conservadora” subindo juntas.

Financistas Faria Limers inventam rótulos e passam a viver escravizados por eles, supondo correlações históricas que não preservam qualquer grau de ergodicidade.

Não sou ergódico e não sou estúpido de tentar prever o futuro, mas nada me impede de palpitar.

Aqui na Empiricus, temos uma tábula de princípios que diz: é proibido prever o futuro.

Também diz: é permitido palpitar, desde que você evacue fezes com sangue no caso de seus palpites se provarem errados.

Meus palpites para 2020?

Dólar
Na avaliação de Rodolfo Amstalden, o dólar não deve sair do lugar (Imagem: Pixabay)

O dólar vai ficar mais ou menos parado. Sambando pra lá e pra cá, deixando os jornalistas eufóricos, mas, no fim, quase não vai sair do lugar.

Continuo gostando de ouro. Não subiu muito já? Subiu bastante, sim. Nada impede que suba mais. Eu, particularmente, estarei comprado e torcendo para que caia.

Agora, Bolsa brasileira. Chuto que o Ibovespa vai subir mais uns 30%. Será um movimento parecido com o de 2019, mas por motivos diferentes (os motivos nunca são os mesmos).

Teremos mais fundamentos econômicos tradicionais por trás das altas (PIB, nível de emprego, etc.).

Beneficiada por volumes crescentes, a alavancagem operacional vai engordar as margens corporativas.

Isso, junto com a desalavancagem financeira, vai fazer um múltiplo P/E backward de 26 vezes remeter a um P/E forward de 14 vezes com bastante growth a capturar. Ou seja, Bolsa ainda barata.

As Melhores Ações da Bolsa podem subir ainda mais que +30%, claro.

Se vier reforma administrativa ou tributária, tanto melhor, sobremesa maravilhosa de torta de chocolate, com recheio de chocolate e cobertura de chocolate. Mas a verdade é que não dependemos tanto de Brasília para ganhar dinheiro em 2020. Dependemos menos do que em 2019.

Se Brasília ajudar, excelente. Se não atrapalhar, ótimo. Subiremos por nós mesmos.

Sócio-fundador da Empiricus
Sócio-fundador da Empiricus, é bacharel em Economia pela FEA-USP, em Jornalismo pela Cásper Líbero e mestre em Finanças pela FGV-EESP. É autor da newsletter Viva de Renda.
Sócio-fundador da Empiricus, é bacharel em Economia pela FEA-USP, em Jornalismo pela Cásper Líbero e mestre em Finanças pela FGV-EESP. É autor da newsletter Viva de Renda.
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