AgroTimes

Rússia fora do sistema Swift, entre as sanções potenciais, democratizaria o prejuízo mundial

25 fev 2022, 11:31 - atualizado em 25 fev 2022, 11:36
Se as sanções à Russia chegassem a excluí-la do sistema Swift abalaria o comércio mundial (Imagem: Pixabay)

Imagine os exportadores brasileiros terem de esperar os bancos russos desembaraçarem, diretamente com suas contrapartes daqui, a transferência dos recursos provenientes dos embarques para lá. Coloque o mundo nessa história se essa situação ocorresse, com a Rússia sendo excluída do sistema Swift, e que teria potencial para colapsar o seu comércio e o de muitas outras nações que negociam com o país.

Das sanções que poderiam ser aplicadas ao invasor da Ucrânia, a saída da Rússia dessa Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias (tradução da sigla em inglês) certamente seria a mais drástica, deixando o país de fora da circulação de informações financeiras e das transferências de moeda.

Mas empurraria um punhado de problemas econômicos em efeito cascata para o comércio global, uma vez que o sistema conecta em torno de 11 mil instituições financeiras de mais de 200 países, com transferências bancárias instantâneas e seguras.

“É difícil excluir a Rússia de vários acordos econômicos, entre os quais esse, e deverão haver muitas rodadas de negociações dentro do conjunto de medidas para sufocá-la econômica”, pensa Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.

Sistema russo

Demora, burocracia, risco de calote e por aí vai se a banca russa tiver que pagar e receber diretamente com cada banca mundo afora.

Dito isto, tirar o Swfit do jogo da Rússia deve estar na mesa do Instituto de Finanças Internacionais (IFF, do inglês), dos Estados Unidos e da Europa, mas é uma decisão de alcance tão dramático quanto desconhecido é o crash econômico internacional.

Não à toa, a Rússia vem tentando desenvolver um modelo parecido, desde que as sanções aplicadas ao país, em 2014 – dribladas facilmente – quando Vladimir Putin ensaiou o golpe final de agora, ao anexar a Crimeia.

Mas tem poucos, pequenos e inexpressivos participantes. Mesmo a China pouco o usa no comercio com a Rússia.

As restrições impostas no cenário atual e que devem aumentar, começam a ser vistas pelo IFF como severas, e que impactarão mais a economia interna do país, até que comecem a corroer as reservas cambiais, estimadas em US$ 640 bilhões, mais um outro tanto dos fundos soberanos.

Porém, chegar ao Swift é um passo tão arriscado quanto uma bomba atômica russa.

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual — toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar