Economia

Salário mínimo: Brasileiro precisa receber 5 vezes mais para bancar a cesta básica; confira

15 maio 2023, 10:06 - atualizado em 15 maio 2023, 10:06
Supermercado, RJ, salário mínimo, cesta básica
Em abril, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.676,11. (Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

No mês de abril, o custo da cesta básica subiu no Brasil. Tanto que o salário mínimo não é suficiente para manter os custos dos alimentos.

De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em abril, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.676,11, ou 5,13 vezes o mínimo.

Comparado com março, o valor necessário era de R$ 6.571,52, o que corresponde 5,05 vezes o salário mínimo. Já em relação a abril de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.754,33 ou 5,57 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.212.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido – após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social – o trabalhador comprometeu, em média, 56,51% do salário mínimo para adquirir os produtos alimentícios básicos.

Vale lembrar que no dia 1º de maio começou a valer o novo salário mínimo de R$ 1.320 (este valor passará a ser considerado a partir da pesquisa de maio) e o governo também está planejando uma política de valorização do piso recebido pelos brasileiros.

Confira a diferença entre o salário mínimo e o valor necessário para a cesta básica

Período Salário mínimo nominal Salário mínimo necessário
2023
Abril R$ 1.302,00 R$ 6.676,11
Março R$ 1.302,00 R$ 6.571,52
Fevereiro R$ 1.302,00 R$ 6.547,58
Janeiro R$ 1.302,00 R$ 6.641,58
2022
Dezembro R$ 1.212,00 R$ 6.647,63
Novembro R$ 1.212,00 R$ 6.575,30
Outubro R$ 1.212,00 R$ 6.458,86
Setembro R$ 1.212,00 R$ 6.306,97
Agosto R$ 1.212,00 R$ 6.298,91
Julho R$ 1.212,00 R$ 6.388,55
Junho R$ 1.212,00 R$ 6.527,67
Maio R$ 1.212,00 R$ 6.535,40
Abril R$ 1.212,00 R$ 6.754,33
Março R$ 1.212,00 R$ 6.394,76
Fevereiro R$ 1.212,00 R$ 6.012,18
Janeiro R$ 1.212,00 R$ 5.997,14

O levantamento do Dieese aponta que, no mês passado, o tempo médio de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta foi de 114 horas e 59 minutos. A quantia é maior do que o de março deste ano, de 112 horas e 53 minutos. No entanto, é menor do que necessário em abril do ano passado, de 124 horas e 08 minutos.

Cidades

Das 17 cidades avaliadas, 14 registraram alta no valor da cesta básica. Em abril, os destaques de alta foram em Porto Alegre (5,02%), Florianópolis (3,65%), Goiânia (3,53%), Brasília (3,43%) e Fortaleza (3,38%).

Por outro lado, as quedas foram registradas em Natal (-1,48%), Salvador (-0,91%) e Belém (-0,57%).

A cesta mais cara é a de São Paulo (R$ 794,68), enquanto a mais barata é a de Aracaju (R$ 553,89).

Inflação de abril

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu 0,61% em abril, desacelerando-se em relação à alta de 0,71% apurada em março.

No entanto, o resultado veio acima da mediana projetada pelo mercado, de 0,55%.

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumula alta de 2,72% nos primeiros quatro meses do ano.

Com isso, o indicador acumulada alta em 12 meses de +4,18%, de +4,65% no mês anterior. O resultado também ficou acima da mediana projetada, de +4,18%.

Ainda assim, a inflação permanece dentro do teto da meta do Banco Central para 2023, de 4,75%, pelo segundo mês consecutivo.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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