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Sem dividendos, fundo imobiliário lidera perdas; Emissão de cotas cresce 35% em 2023

14 dez 2023, 13:11 - atualizado em 14 dez 2023, 13:13
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Índice de fundos imobiliários sobe e volta a flertar com marca perdida em outubro após mais um corte da Selic (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 opera em alta nesta quinta-feira (14) após o Comitê de Política Monetária (Copom) cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual pela quarta vez seguida, para 11,75%.

Com isso, por volta das 13h10 (de Brasília), o Ifix subia 0,37%, aos 3.189 pontos, flertando novamente com a marca dos 3.200 pontos. No entanto, o índice tem encontrado resistência para retornar ao patamar perdido no começo de outubro.



Entre os mais de 100 FIIs listados, o RBR Properties (RBRP11) liderava os ganhos, de 2,7% no horário acima, interrompendo três pregões seguidos de queda.

Por outro lado, o More Real Estate Fundo de Fundos (MORE11) engatava o quarto recuo consecutivo e tinha a maior queda do dia, de 1,7%, depois de anunciar que não haverá distribuição de rendimentos referente a novembro.

É a primeira vez desde abril de 2020 que o fundo imobiliário não paga dividendos. O último foi repassado aos cotistas no mês passado, sendo de R$ 0,70 por cota.

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Fundos imobiliários emitem mais cotas e volume cresce em 2023

O volume de emissões de cotas por fundos imobiliários cresceu 35% entre janeiro e novembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2022.

O levantamento realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) aponta que, no mês passado, os FIIs movimentaram o segundo maior montante do ano, mais de R$ 3,17 bilhões.

O volume de outubro foi revisado para cima e somou R$ 4,02 bilhões, maior montante do ano. Com isso, até novembro, o volume de emissões somou R$ 24,2 bilhões, contra R$ 17,9 bilhões captados no mesmo período do ano anterior.

Além disso, o montante levantado nas operações no acumulado deste ano se aproxima de todo o volume de 2022, quando somou R$ 24,73 bilhões.

Em quantidade, o número de 2023 também está acima do reportado no ano anterior. Entre janeiro e o mês passado, foram 186 emissões de ofertas por fundos imobiliários, enquanto um ano antes foram 174 operações.

Por que tantos fundos imobiliários estão emitindo cotas?

O analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, explica que as captações “esquentaram” em meio ao movimento de queda da Selic, além da perspectiva de valorização dos FIIs.

“Alguns fundos de tijolo estão negociando com prêmio em relação ao valor patrimonial. No caso de algumas gestoras, isso se justifica por estarem atrativas. Daí, aumentam o tamanho do portfólio e do fundo por meio de emissões”, comenta.

Além disso, o analista também cita a “janela”. Segundo Araujo, como dezembro é tradicionalmente marcado pelas reavaliações patrimoniais, fundos elevaram o número de emissões antes desse período.

Isso porque a tendência é que FIIs com portfólios mais qualificados e de maior desempenho operacional tenham valorização da cota patrimonial.

“Dado que hoje o preço das cotas está um pouco defasado, existe essa janela de tempo na qual os fundos imobiliários conseguem aproveitar antes que o valor patrimonial cresça e, consequentemente, a cota suba de preço”, diz.

*As cotações citadas são do site Investing.com

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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