Biocombustível

Sertão Bionergia, futura produtora de etanol de sisal, terá sócio australiano

16 mar 2020, 14:34 - atualizado em 16 mar 2020, 15:17
Etanol extraído do sisal se aproxima de se tornar realidade no Nordeste (Pixabay)

A Sertão Bioenergia está em fase de criação para produzir etanol do agave, o popular sisal. E como está no seu nome, é do semiárido nordestino, berço natural da planta, que seu proprietário, o cientista da Unicamp, Gonçalo Pereira, vai seguir o exemplo do México e da Austrália.

Money times antecipou a notícia em 27 de novembro passado e agora a Sertão Bioenergia anuncia a parceria com a Ausgave, do país da Oceania.

Pereira ainda pede reserva a data de lançamento da nova empresa, que deve ocorrer neste semestre, e também sobre investimentos.

Sem sazonalidade, ou seja, produz o ano todo – não tem entressafra portanto – do sisal pode ser extraído até 66 mil litros de etanol em 176 toneladas por hectare, variando entre 10% e 25% de matéria seca, segundo a experiência do México, que mais deve aproximar das condições de exploração comercial no Brasil.

Se anualizarmos, isso daria também  140 toneladas de açúcar. É importante mencionar que o açúcar aqui produzido é um polímero de frutose, que não serve para a produção do açúcar de mesa. Entretanto é absolutamente adequado para a produção de etanol.

O modelo de atuação da Sertão Bioenergia deve seguir o da sua parceira australiana. “Em 2005, o agrônomo australiano, o Don Chambers, resolveu investir na ideia e criou a empresa Ausagave, que seleciona as variedades mais produtivas, desenvolve novas variedades e multiplica as mudas, manejo e colheita da planta”, indica o professor e empresário.

De acordo com Pereira, coordenador do Laboratório de Genômica e Bioenergia da Unicamp e um dos fundadores da GranBio, a primeira empresa a processar o etanol de 2ª Geração (2G), a produtividade do agave no México, após cinco anos, é de 880 toneladas por hectare.

Recentemente ele percorreu várias regiões do sertão já pensando em contatos com produtores de sisal.

A Sertão Bioenergia, segundo seu criador, vai abrir uma janela para a produção de etanol levando renda ao sertão e ajudando a diminuir o déficit de biocombustível no Nordeste, cuja produção não alcança o consumo e na maioria das vezes precisa ser coberta com importações de etanol dos Estados Unidos.

 

 

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
As melhores ideias de investimento

Receba gratuitamente as recomendações da equipe de análise do BTG Pactual – toda semana, com curadoria do Money Picks

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar