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Shein já ocupa 27% do mercado de vestuário online; risco para varejistas?

21 mar 2023, 15:40 - atualizado em 21 mar 2023, 15:39
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O crescimento acelerado no desempenho da Shein chamou a atenção dos analistas do Itaú BBA (Imagem: Shein)

A Shein tem mostrado um crescimento exponencial no mercado brasileiro de varejo de moda, após atingir um GMV (Volume Bruto de Mercadorias) de R$ 7,8 bilhões em 2022. Um ano antes, a marca era menos da metade disso, somando R$ 2 bilhões.

Atualmente, o e-commerce chinês possui 27% de participação no mercado de roupas e calçados online, representando 5% do mercado total no segmento.

Apesar de uma parcela pequena, os analistas do Itaú BBA não consideram insignificante. Além disso, o crescimento acelerado no desempenho da companhia chamou a atenção do banco.

Os especialistas do banco calculam que, atualmente, a Shein representa um risco para varejistas nacionais no segmento, como a Lojas Renner (LREN3). Porém, ainda enxergam espaço para ambas crescerem.

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Campeã no terreno digital

Segundo Thiago Macruz e equipe de analistas do Itaú BBA, a Shein é o grande desafio no ambiente competitivo, principalmente em terreno digital, devido à estratégia internacional da chinesa.

Apenas em fevereiro de 2023, os visitantes do site da Shein cresceram 128% na comparação anual, atingindo 39% da participação da amostra dos analistas, em comparação com 19% em fevereiro de 2022.

No aplicativo, o e-commerce representou 76% dos downloads em fevereiro, uma taxa de crescimento de 42% em relação ao mesmo mês de 2022.

Além disso, o número de usuários ativos diariamente do aplicativo Shein expandiu significativamente, atingindo 74% da participação na amostra, crescimento de 140% em relação ao ano anterior.

Enquanto isso, as varejistas brasileiras analisadas na amostra registraram queda em downloads e DAUs (Usuários Ativos Diariamente) no mês.

Desafios brasileiros

Mas ainda que a Shein tenha alcançado uma parcela significativa do mercado de vestuário e seu crescimento até aqui tenha sido exponencial, o BBA acredita que há espaço para o sucesso tanto da Renner quanto do e-commerce chinês.

Isso porque, combinadas, as empresas detêm uma parcela de 16% do mercado de varejo de vestuário brasileiro e cada uma tem seu foco em públicos-alvo diferentes.

Além disso, os analistas do banco avaliam que o crescimento marginal da Shein se tornará cada vez mais desafiador daqui para frente.

“Para continuar crescendo, a Shein precisará começar a internalizar sua produção e enfrentar os mesmos desafios que outras varejistas de moda enfrentam no Brasil, como tributação, ambiente regulatório, aspectos trabalhistas etc.”, explica.

Segundo os especialistas, esses desafios ainda podem potencialmente diminuir a vantagem de preço da Shein em relação aos seus pares.

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Jornalista formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e repórter no portal Money Times, com passagem pela redação da Forbes Brasil. Atualmente escreve e acompanha notícias sobre economia, empresas e finanças.
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Jornalista formada pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e repórter no portal Money Times, com passagem pela redação da Forbes Brasil. Atualmente escreve e acompanha notícias sobre economia, empresas e finanças.
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