Internacional

Situação da Espanha preocupa investidores europeus

07 out 2020, 10:37 - atualizado em 07 out 2020, 10:37
Banco da Espanha
No cerne da questão está a segunda onda da pandemia de coronavírus na Espanha, uma das mais fortes na Europa, o que provoca temores de que a crise econômica do país será mais profunda do que no resto da região (Imagem: Reuters/Marcelo del Pozo)

A lista crescente de riscos da Espanha começa a deixar investidores nervosos.

A dívida do país não consegue acompanhar o rali regional que levou os juros dos títulos italianos – há muito tempo considerados párias da Europa e entre os de maior retorno – para perto de uma mínima histórica. Isso reduziu a diferença entre os rendimentos dos títulos espanhóis e italianos para o menor nível em mais de dois anos.

O Citigroup recomendou neste mês a venda de títulos espanhóis em relação a papéis portugueses devido a questões fiscais, novas tensões separatistas na região da Catalunha e possível rebaixamento da nota de crédito da Espanha após a S&P Global Ratings cortar a perspectiva do país para negativa.

Ao mesmo tempo, o indicador de referência do mercado acionário espanhol mostra, de longe, o pior desempenho entre os principais índices do continente neste ano.

No cerne da questão está a segunda onda da pandemia de coronavírus na Espanha, uma das mais fortes na Europa, o que provoca temores de que a crise econômica do país será mais profunda do que no resto da região.

A rígida economia da Espanha e seu mercado de trabalho “disfuncional”, nas palavras do presidente do banco central espanhol, Pablo Hernández de Cos, só agravam as preocupações.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou que o país vai gastar 72 bilhões de euros (US$ 85 bilhões) ao longo de três anos na tentativa de reativar a economia.

O Banco Central Europeu também fornece suporte por meio do programa de compra de títulos, o que ameniza o impacto da perspectiva cada vez mais sombria. Mas o ritmo de compras do BCE desacelerou nos últimos meses, deixando o mercado de dívida vulnerável a uma onda vendedora, de acordo com Jan von Gerich, estrategista-chefe do Nordea Bank.

“Eles certamente têm mais do que seu quinhão de desafios no momento”, disse von Gerich. “O maior risco no curto prazo é uma onda de aversão ao risco que pode adicionar pressão de alta sobre os spreads, e o BCE tem sido lento ao reagir em suas compras.”

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