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SLC Agrícola (SLCE3) no 4T23: La Niña, novos negócios e rendimentos; as visões de BTG, BBA e BB

07 mar 2024, 16:28 - atualizado em 07 mar 2024, 16:28
slc agrícola slce3
A SLC Agrícola sofreu com os impactos no segmento de ativos biológicos no último trimestre; ainda vale comprar a ação? (Imagem: YouTube/SLC Agrícola)

SLC Agrícola (SLCE3) reportou ontem (6) prejuízo líquido de R$ 152,986 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), contra um lucro líquido de R$ 132,433 milhões no 4T22. Em 2023, o lucro foi de R$ 938 milhões.

Para o Itaú BBA, que conta com recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 23 e potencial de alta de 18,8%, a companhia apresentou resultados em linha com as estimativas.

Segundo a instituição, o desempenho operacional da empresa no ano passado ressalta a resiliência duradoura do papel, que mesmo em um cenário desafiador em termos de preços para os grãos, a empresa gerou R$ 677 milhões em fluxo de caixa livre ajustado.

Mais para frente, o BBA enxerga que ação pode se beneficiar de um vento favorável, impulsionado pelo La Niña no segundo semestre, o que pode provocar revisões de alta para as estimativas.

Entre os destaques positivos e negativos do BBA, estão:

  1. Até 1º de março, a SLC já havia colhido cerca de 60% de sua soja e plantado 75% de seu milho;
  2. Hedges comerciais para as safras de soja e algodão 2023/24 avançaram no trimestre;
  3. SLC registrou prejuízo no trimestre devido ao MTM (mark-to-market) dos ativos biológicos.

Visões do BTG para SLC Agrícola

O BTG Pactual ressalta que a chegada tardia da estação chuvosa devido ao El Niño, principalmente no estado de Mato Grosso, havia levado a SLC a reduzir a produtividade e a reorganizar a área plantada para a maioria das culturas em dezembro.

Segundo o banco, na divulgação de resultados do 4T23, a empresa reduziu inesperadamente as previsões de produtividade de soja para 2024 em mais 7%, para 57 sacas/ha, ou 13% abaixo da estimativa original, o que reduziria cerca de R$ 150 milhões da projeção do BTG para o Ebitda da SLC em 2024. O BTG esperar que seja a última revisão significativa, uma vez que as chuvas se normalizaram.



Ainda assim, a instituição enxerga que os números não foram ruins, apesar da redução das expectativas. Fora isso, a SLC está propondo o mesmo payout histórico de dividendos de 50%, ou R$ 389 milhões, representando um yield de 4,5% em relação ao preço de fechamento das ações ontem (6), o que para o banco parece um bom retorno com base em dividendos.

Por fim, o banco salienta que a SLC conseguiu reduzir significativamente o risco do seu perfil de crescimento “asset-light” após expandir com sucesso a área plantada em mais de 45% há alguns anos. Dado o cenário mais difícil que vários agricultores enfrentam este ano, eles acreditam que novas oportunidades atraentes para a SLC encontrar, negociar, arrendar e operar novas áreas podem surgir, e esperam que isso ocorra no curto prazo. A recomendação do BTG para a ação é de compra, com preço-alvo de R$ 29.

BB Investimentos se decepciona

Na avaliação do BB Investimentos, a reportou resultados mais fracos que o esperado, impactado principalmente pela queda dos volumes faturados de algodão na comparação anual e pela marcação negativa da variação do valor justo dos ativos biológicos – contabilização sem efeito caixa – que reflete a estimativa de menores margens para a soja na safra 2023/24 em razão de preços inferiores e da queda de produtividade pela estiagem que afetou as lavouras no Mato Grosso.

Apesar do crescimento de 46,5% no volume total faturado no 4T23, a receita líquida consolidada atingiu R$ 1,9 bilhão no 4T23, uma ligeira queda de 1,4% a/a, refletindo os preços inferiores para todos os produtos, exceto o algodão, que também foi a única cultura a apresentar redução nos volumes em função da alta demanda nos terminais portuários.

Mesmo com os números mais fracos no 4T23, a instituição recomenda compra, com preço-alvo de R$ 25 e potencial de alta de 29,2%, já que entendem que a companhia deve continuar entregando sólidos resultados nos próximos trimestres, considerando principalmente sua estratégia de hedge cambial e de preços de commodities, que tem se mostrado acertada ao limitar o impacto destas variáveis no resultado da companhia.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
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