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SLC antecipa aquisição de insumos para safra 2020/21 e prevê cenário favorável para grãos

12 mar 2020, 20:07 - atualizado em 12 mar 2020, 20:07
SLC agricola
Em geral, o fluxo de compra de insumos se intensifica no Brasil entre meses de maio e outubro. (Imagem: Instagram/SLC Agrícola)

A SLC Agrícola antecipou o processo de aquisição de insumos para a safra 2020/21, em relação à média do mercado, com o intuito de equilibrar os custos e a rentabilidade previstos pela companhia, mediante o cenário cambial e demanda firme por grãos.

Em teleconferência nesta quarta-feira, o CEO da empresa, Aurélio Pavinato, afirmou que cerca de três quartos da demanda da SLC por fertilizantes já está contratada, para a safra que será plantada somente a partir de setembro.

“Já negociamos um terço dos defensivos agrícolas e está evoluindo a negociação de sementes, a um custo menor do que o da atual, em dólar”, disse Pavinato.

Em geral, o fluxo de compra de insumos se intensifica no Brasil entre meses de maio e outubro.

O diretor financeiro e de relações com investidores, Ivo Brum, acrescentou que o tamanho da despesa em reais só será mensurado quando o produto for faturado e entregue pelos fornecedores.

Para compensar o efeito do câmbio sobre os custos em reais, o CEO ressaltou que a companhia avançou em comercialização de grãos, a valores maiores.

“Atingimos patamares de preço superiores ao da safra anterior… Considerando o bom potencial das lavouras, a formação de custos e o preço de venda, esperamos margens elevadas apesar da volatilidade dos mercados”, disse Pavinato.

A soja da safra 2020/21 está sendo comercializada pela companhia por 44,7 reais por bushel, valor 10,6% maior que o do grão da temporada de 2019/20, de 40,4 reais por bushel. Em relação ao 38 reais por bushel de 2018/19, a alta é de 17,6%.

O algodão da SLC para a safra de 2020/21 está sendo vendido por 101,1 reais por arroba, alta de 0,20%. Na variação anual, o avanço é de 9,42%.

O CEO explicou que a SLC conta com cerca de 70% da safra de algodão 2019/20 comercializada e 75% de hedge para o câmbio

Pavinato afirmou que houve uma desaceleração nas cotações do algodão, em relação aos preços praticados no fim de 2019, puxada pelas revisões de Produto Interno Bruto (PIB) entre os países, após o surto do novo coronavírus.

“Quando o PIB cai, reduz a demanda por algodão. Este cenário de coronavírus é de menor demanda para a safra atual. Os preços estavam em 70 centavos de dólar por libra-peso e agora foram para 62”.

Safra 2019/2020

No entanto, ele explicou que a SLC conta com cerca de 70% da safra de algodão 2019/20 comercializada e 75% de hedge para o câmbio.

“Estamos em um cenário (na empresa) de garantia de margens. O preço caiu 10%, mas o câmbio subiu 15%… Temos tempo para aguardar a recuperação das cotações, depois que o coronavírus se consolidar (for solucionado)”, argumentou.

Quanto à demanda, Pavinato acredita que a perspectiva é otimista para os setor de grãos neste ano e, segundo ele, não houve nenhuma limitação logística na China que afetasse as importações de soja.

De acordo com o CEO, desde o ano passado, a China segue com aquisições da oleaginosa em um ritmo favorável para os exportadores, com o objetivo de recompor o rebanho de suínos, fortemente afetado pela peste suína em 2019.

Em balanço financeiro reportado na terça-feira, a SLC registrou lucro líquido de 315 milhões de reais em 2019, queda de 22,5% ante 2018. A receita líquida subiu 20,8%, para 2,535 bilhões de reais e o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado cresceu 18,8%, para 795,5 milhões de reais.