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Startup de empregabilidade gamer levanta R$4 milhões e quer conectar e-sports à Web3

20 out 2022, 9:00 - atualizado em 19 out 2022, 20:25
startup esport web3
Plataforma, que já está liberada em versão Beta, chega com a proposta de fortalecer o ecossistema de e-sports (Imagem: REUTERS/Florence Lo)

A Galaxies, primeira plataforma de empregabilidade gamer da América Latina, recebeu um aporte de US$750 mil (R$4 milhões de reais) em rodada de investimento.

Liderado por Airborne Ventures e OTF Capital, Venture Builder especialista em e-sports, além de um grupo de Anjos e Advisors da FGV, o GVAngels, e do mercado, o investimento tem como tese contribuir com a ampliação da plataforma e com o mercado de games.

Essa é a primeira rodada de captação da empresa, todavia houve um investimento prévio entre amigos e do próprio fundador da startup de US$ 150 mil.

A startup nasceu com o intuito de conceder suporte aos times de jogos eletrônicos e profissionais desse universo.

A proposta principal é conectar quem têm oportunidades de trabalho com profissionais do setor, fortalecendo o mercado de e-sports e conectando à Web3 e jogos em blockchain.

A startup também oferece capacitação como cursos interativos de jogos e vídeo aulas em sua plataforma digital, tudo de maneira gamificada através de recompensa na moeda digital nativa.

Experiências gamificadas e o caminho à descentralização

A versão beta da plataforma já está disponível, e é através dela que o usuário tem acesso à notícias e cursos sobre “esports”, criptoativos e o funcionamento da tecnologia blockchain. 

Um exemplo é o curso de “Guild Manager”, ou gerente de Guilda, posição bastante procurada atualmente entre comunidades da Web3. 

Existe também a funcionalidade de explorar Guildas e comunidades de jogos, de modo que o usuário tenha informações sobre rankings, os respectivos membros e por onde contatá-los.

Por fim, a plataforma oferece a possibilidade de procurar, e aplicar, para oportunidades de trabalho dentro do setor.

Semelhante ao mecanismo oferecido pelo Linkedin, a Galaxies busca misturar um jogo play to earn com uma rede social, de forma a “gamificar” oportunidades de empregos.

“Nossa solução, que já está liberada para acesso em versão Beta, foi desenhada para criar um ecossistema no mundo gamer e ajudar qualquer pessoa que queira trabalhar nesse universo. Para isso, nossa plataforma visa resolver dores deste setor como: a falta de capacitação, profissionalização e suporte às organizações, mas não de uma maneira tradicional. Vamos fazer tudo isso de um modo diferente, que até hoje não existia no mercado: tudo será gamificado”, explica Daniel Victorino, fundador e CEO da Galaxies.

Ao participar dos cursos, e engajar na plataforma, o usuário recebe uma moeda digital. No entanto, não é uma criptomoeda, mas sim uma maneira do usuário usufruir de experiências dentro do ecossistema da plataforma.

Com ela, será possível trocar por ingressos de eventos presenciais, entradas em torneios exclusivos dentro da plataforma – que terá prêmio em dinheiro – cursos e outras utilidades.

Conforme Victorino conta ao Crypto Times, a tendência é que isso mude conforme a descentralização acontece dentro do “Linkedin para gamers”. A proposta é preparar um IGO, ou proposta inicial de game, e lançar o token nativo em blockchain.

“Observamos vários projetos neste ano, e ano passado, que lançaram tokens para captar dinheiro mas sem utilidade clara. A expectativa acaba ficando muito mais alta, assim como a cobrança, e muitos projetos acabam morrendo na praia”, explica.

Ele diz que sua escolha foi de captar dinheiro através de Venture Capital, ao invés do próprio token, e lançar essa moeda virtual. “Justamente porque queremos mapear como essas pessoas ganham a moeda na plataforma, e como gastam, para que possamos desenhar um tokenomics [economia de tokens] mais claro”, complementa.

Segundo o CEO adianta ao Crypto Times, a ideia é sim de estudar o andamento da plataforma com calma, para lançar um token mais para frente: “Pelo ano que vem, talvez julho ou segundo semestre de 2023. Possivelmente será um token de governança”, revela.

A ideia é de, a partir deste token, estabelecer a governança da plataforma e permitir que seja regida pela própria comunidade. Victorino demonstra flertar com um modelo de DAOs (Organizações Autônomas Descentralizadas).

“Nosso objetivo é de ter conselhos regionais. Provavelmente sub-conselhos por jogos, como um sub DAO dentro do Axie Infinity que possa reger torneios, premiações, novos cursos e as features de tecnologia”, diz.

Ele ainda comenta sobre a possibilidade de formar DAO de times de e-sports e até, futuramente, já revela planos para staking do token. “Estamos trabalhando com muitas empresas de games em Web2, de “e-sports”. A ideia é que a Galaxies também seja uma plataforma para as pessoas fazerem a transição para a Web3 e aprendam sobre isso.”

A ideia por trás da Startup

Para executar os serviços acima, o CEO conta que a Galaxies é baseada em dois pilares que buscam a diferenciar de outras:

Tecnologia – que melhora o desempenho da operação dos times, gerando escalabilidade em diferentes estágios de seu ciclo de vida, além de permitir o gerenciamento de talentos de ponta a ponta.

E o pilar da educação, que visa capacitar pessoas para criar oportunidades de emprego e desenvolver o mercado de jogos. 

A ideia é ajudar as organizações a gerenciar seus negócios, apoiar o crescimento contínuo do ecossistema de jogos, o desempenho das operações das organizações, e também ajudar a outra ponta a se desenvolver: a das pessoas que desejam trabalhar como jogadoras profissionais de videogame.

“Essa parte receberá todo o apoio por meio dos nossos cursos e workshops com temas voltados também para habilidades sócio-emocionais”, explicou Daniel. 

De acordo com a consultoria Newzoo, especializada em e-sports, a indústria global de games movimentou em 2021 quase US$176 bilhões de dólares. Até 2023, a perspectiva é de que este valor chegue a US$200 bilhões de dólares.

Para ele, uma das molas propulsoras do mercado de esportes eletrônicos foi a evolução da transformação digital.

Victorino conta que optou por um modelo 100% remoto e praticar inovação na cultura da Galaxies. “Decidimos trabalhar com a equipe espalhada pelo mundo, sem um escritório físico. Assim podemos ter grandes talentos na equipe e não temos limitação de espaço”.

Venture Capitals comentam sobre aporte

A Airborne Ventures é um Early Stage VC de operadores, e uma das Venture Capitals que liderou a rodada de investimento da Galaxies.

“Não é de hoje que a indústria de Games vem se destacando, temos casos excelentes como Valve, Epic, Blizzard sem contar os blockbusters com o Nintendo, Sega, Sony e Microsoft.” Comentou Eduardo Kupper, gestor de portfólio da Airborne Ventures.

“Saímos de um modelo de jogador solitário offline, mais simples, para um modelo mais colaborativo, online e bastante complexo. E é nesse segundo modelo que vemos que a Galaxies se encaixa, para ajudar a organizar e trazer mais estrutura, permitindo que os jogadores consigam extrair o máximo do ecossistema.” Finaliza Eduardo.

O alto potencial no médio prazo e os avanços tecnológicos foram alguns dos motivos que levaram o GVAngels a aportar na Galaxies, como destaca Wlado Teixeira, Diretor-Executivo da rede de investidores-anjo.

“A Galaxies faz parte de um setor muito promissor e que tem muitas possibilidades de crescimento, ou seja, é uma ótima oportunidade de investimento para o GVAngels e os outros fundos que nos acompanham nessa rodada”, disse Wlado.

“Conhecemos o Daniel em meio à explosão dos blockchain games e do mercado de NFTs em meados de 2021. Neste contexto, falta infraestrutura e educação para os principais players – por isso, vemos a Galaxies como um grande conector”, explica Pedro Oliveira, cofundador da Outfield.

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Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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