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Super-quarta: O que esperar do mercado cripto após FOMC?

20 set 2022, 17:40 - atualizado em 20 set 2022, 17:40
Jerome Powell Federal Reserve FMC bitcoin
Para Diretor de Novos Negócios do Mercado Bitcoin, aumento na taxa de juros já está precificada (Imagem: Flickr/Federalreserve)

A chamada “super-quarta” acontece amanhã (21), onde duas reuniões de política econômica impactam o bolso do brasileiro. O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC em inglês) toma lugar no Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos. Já em solo nacional, é o Comitê de Política Monetária (COPOM) quem ocupa o espaço.

Para o mercado de criptoativos, que é global e super líquido, o COPOM beira a irrelevância no preço dos ativos. Por outro lado, o FOMC tem se mostrado um evento que mexe com esse mercado, dado a alta correlação entre o Bitcoin e a Nasdaq – índice de ações de tecnologia dos EUA.

Neste trimestre, a correlação média entre Bitcoin e Nasdaq 100 foi de 0,6, um aumento de 0,4 em comparação com o começo do ano que começou em 0,2, segundo estudos da Messari.

Em suma, o esperado para amanhã é um aumento, já precificado pelo mercado cripto, de 75 pontos base na taxa de juros norte-americana.

Expectativas para o FOMC

Para Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset Management, o mercado está precificando 82% de chance de alta de 75 bps e pequena chance de alta de 100 bps.

“Resta observar a comunicação do chairman Powell sobre os próximos passos à luz das elevadas pressões inflacionárias globais e persistência dos preços maiores do que a esperada; outras duas altas adicionais de 50 bps levariam a Fed Funds Rate a 4-4.25% no fim do ano”, explica.

O Fed está numa “sinuca de bico” mediante a persistência e a elevada difusão das pressões inflacionárias, sendo forçado a ser hawkish em um ambiente de contração econômica, conforme Ludolf.

Do lado brasileiro, o COPOM, ele diz que o mercado está um pouco mais dividido, cerca de 66% de chance de manutenção e 34% de alta de 25 bps.

“Em contraposição à situação nos EUA, o BC não está ‘behind the curve’. Dados correntes já mostram cenário de inflação mais benigno, e o próprio boletim Focus divulgado hoje consta uma expectativa de IPCA 2022 de 6%”, diz.

Em termos relativos, o Diretor da QR diz que é curioso ver que o branco central foi mais preventivo e os juros brasileiros já se encontram próximos a 14% e ver o FED subindo entre 75 e 100 pontos base com o mundo desenvolvido num momento muito diferente do ciclo. 

“Não é normal ver o FED subindo os juros num ritmo mais acelerado que o brasileiro pela segunda reunião consecutiva.”

Na opinião de Antonio van Moorsel, sócio e chefe do Advisory da Acqua Vero Investimentos, o consenso do mercado é de um terceiro aumento consecutivo de 75 pontos base por parte dos Estados Unidos. O consenso leva muito em conta a deterioração observada no índice de preços, CPI.

“A despeito da magnitude da decisão, sabe-se que a postura dos dirigentes do Fed está inclinada para a estratégia “higher for longer” (ou seja, mais juros por mais tempo). A decisão de elevar a taxa em 75 pontos-base corre o risco de soar leniente, a depender da interpretação do comunicado e dos comentários de Powell na coletiva de imprensa”, comenta.

Por outro lado, o aumento de 1,00% na taxa de juros pode enaltecer os temores de um hard landing por lá, segundo Moorsel.

O mercado cripto vai (continuar a) sangrar?

A expectativa da taxa de juros norte-americana direciona o preço do mercado cripto desde o começo do ano, conforme aponta Fabrício Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin.

Para ele, boa parte da expectativa sobre amanhã já está precificado pelo mercado. A grande expectativa para um aumento de 75 pontos base fez com que boa parte do preço já fosse precificado pelo mercado.

“Em um cenário onde [o aumento do Fed] venha maior do que isso, o preço dos criptoativos vão reagir negativamente, em linha com as ações de tecnologia e outros ativos de risco”, diz.

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Disclaimer

Money Times publica matérias informativas, de caráter jornalístico. Essa publicação não constitui uma recomendação de investimento.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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