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Tecnologia vai ceder espaço para bancos e montadoras, diz Goldman

15 out 2020, 11:33 - atualizado em 15 out 2020, 11:33
Indústria Carros Setor Automotivo Montadoras
Estrategistas cortaram a recomendação para ações tecnologia para “neutra” e elevaram papéis de bancos e de montadoras para “overweight” (Imagem: Reuters/Andreas Gebert)

O Goldman Sachs reforça o coro de investidores e estrategistas que alertam sobre uma mudança iminente na liderança do mercado.

Segundo o banco, uma série de mudanças políticas e econômicas deve frear o desempenho de ações de tecnologia e impulsionar papéis que ficaram para trás no rali, como de bancos e montadoras.

O aumento dos rendimentos dos títulos, a expectativa de aprovação de pelo menos uma vacina contra a Covid-19 neste ano e o potencial de uma vitória democrata nas eleições nos Estados Unidos em novembro podem levar a uma reversão da sorte para o setor que tem sido o vencedor do mercado acionário na pandemia, segundo análise da equipe que inclui Peter Oppenheimer divulgada na quinta-feira.

Estrategistas cortaram a recomendação para ações tecnologia para “neutra” e elevaram papéis de bancos e de montadoras para “overweight”. Também rebaixaram a recomendação para ações de alimentos, bebidas e tabaco para “underweight”.

“Nos próximos meses, esperamos algumas mudanças políticas e econômicas que apoiem ​​uma rotação temporária; e essas rotações podem ser bastante significativas”, escreveram os estrategistas.

“As tendências seculares ainda favorecem crescimento ou ações defensivas de crescimento.”

Ações de tecnologia dispararam neste ano com a aposta de investidores na resiliência dos ganhos do setor e nos benefícios da tendência do trabalho remoto, enquanto bancos são desafiados pela redução dos juros para níveis recordes.

O índice Nasdaq 100, com forte peso do setor de tecnologia, mostra alta de 37% no acumulado do ano, em comparação com queda de 35% do índice S&P 500 Banks.

O segmento bancário “é o setor mais sensível a juros e crescimento e, apesar dos baixos retornos subjacentes nos últimos anos, acreditamos que oferece valor excepcional”, escreveram os estrategistas. “Rebaixamos tecnologia para refletir nossa expectativa de um salto no curto prazo em valor.”

O Goldman se une a bancos como Citigroup ao recomendar ações de valor, que têm decepcionado investidores durante a última década.

Alexander Altmann, responsável de estratégia de negociação de ações para EUA do Citi, disse em conferência em Sydney nesta semana que as eleições dos EUA poderiam colocar ações de valor no foco mais uma vez.

Alguns investidores quantitativos dizem que a extensão dos ganhos para ações de crescimento as coloca sob risco de um “momento Minsky”, fenômeno em que um período de retornos consistentemente fortes gera imprudência entre investidores, que então se torna insustentável ​​e termina em colapso do mercado.

“Quando coisas ruins não acontecem por um longo tempo, as pessoas se sentem mais confortáveis”, disse George Mussalli, codiretor de investimentos e chefe de pesquisa de ações da Panagora Asset Management. “Não sabemos qual poderia ser o catalisador, a eleição poderia ser um catalisador, mas ninguém sabe.”

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