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Temu entra na lista de empresas certificadas no Remessa Conforme; varejo nacional fica ameaçado?

20 maio 2024, 16:37 - atualizado em 20 maio 2024, 16:37
Temu
Temu ingressa lista de empresas certificadas no Programa Remessa Conforme (Imagem: REUTERS/Florence Lo/Ilustração)

A gigante chinesa Temu entrou na lista de empresas certificas no Programa Remessa Conforme (PRC), que oferece isenção do imposto de importação para compras de até US$ 50 em empresas habilitadas, tendo incidência de 17% de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

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Conforme consta nos dados da Receita Federal, a certificação foi solicitada por meio da Elementary Innovation Pte, — braço de negócio da Temu, sediado em Cingapura.

Segundo publicação desta segunda-feira (20) no Diário Oficial da União, a certificação se refere exclusivamente às vendas efetuadas por meio do endereço eletrônico. Ainda, a Receita informa que os sistemas estão em processo de implantação.

A Temu é conhecida por vender diversos objetos, desde roupas a móveis, e realizar a venda por um preço mais baixo do que o de seus concorrentes.

Para conseguir o feito, a empresa encarrega aos usuários o pagamento de taxas aos serviços de postagem dos países em que a Temu atua, além de enviar produtos diretamente da China, reduzindo os estoques em outras nações.

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Procurada pelo Money Times, a companhia não retornou até o momento de publicação dessa matéria. O espaço segue aberto para posicionamento.

Isenção de US$ 50 em xeque

isenção dos US$ 50 está na mira do varejo nacional e até mesmo inclusa em projetos de lei que defendem o seu fim.

Recentemente, o relator do projeto de lei que institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), o deputado Átila Lira (PP-AL), incluiu no parecer o fim da isenção no importo de importação, usufruída pelas companhias que fazem parte do PRC, como Shein AliExpress.

“Propomos revogar a possibilidade de importações via remessa postal que hoje estão isentas, para não gerar desequilíbrio com os produtos fabricados no Brasil, que pagam todos os impostos”, disse o deputado em seu parecer.

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No entanto, sem acordo na última sessão de votação da lei, é aguardado um novo processo de votação.

No último relatório bimestral do órgão referente ao Programa Remessa Conforme, Receita Federal defendeu a manutenção da isenção do imposto de importação em remessas internacionais de até US$ 50.

A posição do órgão é de que existe necessidade de um prazo maior da coleta desses dados para iniciar um estudo de cenários a fim de propor eventuais mudanças.

Além da Temu, outras seis companhias conseguiram liberação no programa:

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  • 3cliques;
  • Tiendamia;
  • Mercury Shein;
  • Cronosco;
  • Fornececlub;
  • LifeOne.

Varejo nacional ameaçado?

Em relatório divulgado na terça-feira (14), analistas do Santander apontaram que a entrada da Temu no Brasil neste ano já era altamente esperada e, caso a isenção de impostos de importação para compras abaixo de US$ 50 permaneça, poderá se traduzir em um efeito negativo no setor varejista em geral.

Segundo eles, isso materializaria o risco de aumento de concorrência para nomes internacionais, ponderam os analistas Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, que assinam o relatório.

No entanto, os analistas acreditam que os operadores tradicionais de mercado online, como Mercado Livre (MELI3), Magazine Luiza (MGLU3) e Shopee, poderão ver um impacto maior com a entrada do Temu do que os varejistas especializados.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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