The Money Office: E se a PetroRio fosse de Eike Batista, uma empresa X?

Você chegou a comprar ações da OGX, de Eike Batista, quando as ações estavam bombando? Talvez você tenha ido com a manada e perdido muito dinheiro. Sabe por quê? Porque o mercado decidiu precificar por um petróleo que ainda não estava comprovado e com uma empresa ainda pré-operacional .

Ou seja, os investidores pagaram pelo marketing do empresário “de sucesso”.

Esta lembrança, que é bem incômoda para os ex-acionistas, talvez sirva de bom proveito para o investimento em uma petroleira que está crescendo aceleradamente, a PetroRio (PRIO3). Por que agora é diferente?

O mercado, e os analistas, parecem ter aprendido a lição e não têm se apressado em precificar expectativas sobre uma empresa que está em uma fase de provação.

A provável aquisição dos campos de Albacora e Albacora Leste da Petrobras (PETR3; PETR4) por US$ 4 bilhões deve fazer com que a companhia “mude de patamar”, o que também deve acontecer com as suas ações, avaliaram alguns analistas consultados pelo Money Times nesta segunda-feira (8).

O BTG Pactual assume US$ 2,3 bilhões para Albacora (100% de participação) e o restante para Albacora Leste (90% de participação). A aquisição mais do que dobraria a capacidade de produção de petróleo da PetroRio.

Segundo os cálculos dos analistas Pedro Soares, Thiago Duarte e Bruno Lima, Albacora trará o equivalente a R$ 15 por ação, enquanto Albacora Leste R$ 5. Isso põe o preço-alvo da PetroRio a R$ 47. O valor corresponde a um potencial de valorização de aproximadamente 80%.

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Mas parte do mercado ainda espera uma comprovação desta compra para colocar tudo isto no preço-alvo.

Não é uma “x”

Para a Ágora Investimentos, o preço-alvo atual de R$ 24, com as aquisições, poderia ser elevado para R$ 43.  “A notícia é importante, principalmente porque a PetroRio foi escolhida como licitante dos dois ativos, o que não foi antecipado pelo mercado”, apontam Vicente Falanga e Ricardo França.

Eles, contudo, ainda preferem esperar os próximos passos do processo de assinatura da compra, que pode levar de 3 a 6 meses, dependendo das negociações com a Petrobras, e de uma rodada adicional de licitações. “A partir daí, esperamos que a empresa informe ao mercado seu plano para o ativo, dando mais sustentação às nossas estimativas”, pontuam.

Tudo indica que, esta PetroRio operacional, está bem longe de ser uma “x” de Eike Batista. Ah, vale lembrar que, em fevereiro do ano passado, a petroleira comprou o campo de petróleo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos, que uma vez foi da OGX.

Ou seja, fosse uma “x” e os investidores os mesmos, deveríamos ver uma ação já precificando tudo isto, o que não parece ser o caso desta vez.