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Thiago Veras: líder bom é líder que…

29 nov 2019, 17:17 - atualizado em 29 nov 2019, 17:18
O colunista reflete sobre a essência dos líderes do mercado (Imagem: Pixabay)

Por Thiago Veras da Acta Holding 

É impressionante a quantidade de cursos sobre liderança disponíveis no mercado.

Digno de nota também é a criatividade na escolha dos nomes dos treinamentos: Liderança 4.0; Liderança no Mundo da Complexidade; Como Ser um Líder Incrível; Dez Passos da Liderança Eficaz…

Já vi e participei de muitas capacitações, inúmeras dicas foram importantes e me apoiaram no meu próprio processo de gestão, além do ganho de repertório para ajudar os gestores que me procuram, mas poucas me transformaram genuinamente.

Isso tem feito eu refletir bastante sobre a essência dos líderes que me inspiram e que são referências para as equipes com as quais trabalho. Observo que há um padrão bem recorrente nessa liderança: a habilidade em conversar.

Por muito tempo, acreditei que o ato de conversar era algo apenas da ordem dos dons, dos talentos naturais. No entanto, quanto mais me aprofundo no tema, mais vejo o quanto é possível desenvolver essa habilidade.

Talvez você esteja se perguntando: mas conversar é um ato que diferencia tanto assim? Pelo menos era essa a minha concepção.

Mas, nas minhas descobertas recentes, tenho observado que o processo de conversar carrega consigo distinções significativas. Uma conversa de “não” é muito diferente de uma conversa de “sim”, que também é muito diferente de uma conversa de “coordenação de ação”.

Gosto de pensar a conversa como uma dança. Às vezes, é mais marcada como um tango; outras vezes, tem mais gingado como um samba (Imagem: Pixabay)

Para cada conversação, há diferentes emoções envolvidas, vocabulário distinto e outros elementos.

Gosto de pensar a conversa como uma dança. Às vezes, é mais marcada como um tango; outras vezes, tem mais gingado como um samba; e, eventualmente, é mais espontânea como uma dança contemporânea.

A metáfora traz algumas reflexões: o quanto sabemos e nos preparamos para aquela dança, o quanto conhecemos o nosso parceiro, o padrão dos passos, a cadência e o ritmo. Diante de pessoas que me procuram para aconselhamento sobre o que fazer em uma determinada situação, vejo sempre o quanto uma conversa pode diferir de outra.

Embora eu não possa avaliar todas as capacitações aí disponíveis, sigo acreditando que o desenvolvimento de liderança está muito alicerçado no poder de desenvolver boas conversas — consigo mesmo, com pares, equipe, chefe ou qualquer outro interlocutor.

Deixo o convite para um exercício de observação sobre como você entra e sai de uma conversa. Foi boa? Ruim? O que você sentiu? Dançou com seu interlocutor na cadência e ritmo que eram adequados para ambos? Improvisou ao dar um passo errado? Assumiu algum deslize e colocou-se no lugar vulnerável de não ter resposta para tudo?

Lembre que, como tudo na vida, a maestria é conquistada pela disciplina e recorrência do fazer. Com as conversas não é diferente — quanto mais se pratica, melhor fica.

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