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Gol (GOLL4) em recuperação judicial: Como a Latam pode piorar ainda mais situação da aérea?

01 fev 2024, 12:30 - atualizado em 03 fev 2024, 11:58
Gol
Movimento da Latam, de tomar aviões da Gol, seria ‘cartada decisiva’ contra a concorrente brasileira em momento crítico (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

A Latam não perdeu tempo e caiu para cima dos aviões da Gol (GOLL4). Na esteira do pedido de recuperação judicial, a companhia chilena tentou “tomar” de 20 a 25 aviões da concorrente brasileira, que hoje conta com 140 aeronaves em operação.

O caso foi revelado pelo jornal Valor Econômico. Segundo Alessandro Oliveira, professor do ITA, esse movimento, que levaria até 17% da frota concorrente, seria uma “cartada decisiva” da Latam contra a aérea brasileira, comprometendo sua recuperação judicial.

“A estratégia é muito clara de obter maior capacidade operacional, ao mesmo tempo em que bloqueia o crescimento do rival”, afirma.

Segundo ele, para a Gol ganhar um fôlego financeiro durante o RJ, uma de suas estratégias seria baixar preços e gerar volume de passageiros, “e o movimento da Latam afetaria a capacidade da Gol em realizar essa operação”.

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Como funciona a frota da Gol?

No caso, as companhias do setor aéreo usualmente trabalham num contrato de leasing, que funciona de maneira semelhante a um aluguel.

Isso permite que as companhias aéreas adicionem aeronaves à sua frota sem o compromisso financeiro significativo de comprar. No final do contrato de leasing, a aeronave é devolvida à empresa de leasing, podendo ser alugada novamente ou vendida a outras companhias.

No caso da Latam, a companhia teria entrado em contato com os arrendadores dos aviões da Gol.

“Num momento em que a demanda por transporte aéreo cresce, no pós-pandemia, no mundo inteiro, numa retomada, a estratégia de qualquer companhia áerea é obter o máximo de capacidade o mais rápido possível para atender a demanda, para não perder marketshare”, diz Oliveira.

“A estratégia é muito clara de obter capacidade, ao mesmo tempo em que bloqueia o crescimento do rival”, afirma.

O Money Times questionou a Latam sobre o movimento, e a aérea informou que “está em contato permanente com todas as partes interessadas em matérias de frota”. Leia abaixo a nota completa:

O grupo LATAM está em contato permanente com todas as partes interessadas relevantes em matéria de frota (arrendadores e fornecedores de equipamentos e manutenção) como parte de seu negócio.

A companhia está ativa no mercado há vários meses com o objetivo de garantir a capacidade necessária para atender às necessidades contínuas e de longo prazo no contexto dos desafios globais da cadeia de suprimentos e da falta de aeronaves/motores.

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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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Repórter formado pela PUC-SP, com passagem pelo Poder360, Estadão e Investidor Institucional. Tem pós-graduação em jornalismo econômico pela FGV-SP, através do programa Foca Econômico 2022, do grupo Estado. No Money Times, cobre política, mercados e também a indústria de armas leves no Brasil.
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