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Ultrapar (UGPA3): Estratégia parece correta, dizem analistas; agora, só falta dar resultado

27 abr 2022, 15:13 - atualizado em 27 abr 2022, 15:13
Posto Ipiranga Ultrapar
Pela primeira vez em muito tempo, a direção estratégica da Ultrapar está correta, diz o BTG (Imagem: YouTube/Ipiranga)

A mudança de direcionamento da Ultrapar (UGPA3) dá lugar a uma estratégia que parece certa, avaliam analistas do mercado.

A companhia recentemente realizou o evento anual com investidores e falou mais sobre seus planos de negócio, que envolvem, entre outras coisas, foco em gestão de iniciativas de logística, precificação e comercialização na Ipiranga e melhoria do relacionamento com o consumidor final na Ultragaz dentro do contexto de transição energética.

“Agora entendemos que, pela primeira vez em muito tempo, a direção estratégica está correta, incluindo esforços para apoiar uma nova cultura (permanente) de criação de talentos internos”, afirma o BTG Pactual (BPAC11), em relatório divulgado nesta quarta-feira (27).

A Ágora Investimentos abraça essa Ultrapar mais enxuta e focada em suas principais linhas de negócio, que parecem “altamente alavancadas em termos de logística”.

“A nova estrutura deve permitir mais agilidade na tomada de decisões por parte da administração e também deve ajudar a identificar oportunidades de eficiência interna”, comentam Vicente Falanga, do Bradesco BBI, e Ricardo França, da Ágora, em relatório também publicado nesta quarta.

Apesar da boa estratégia, deve levar tempo para os resultados começarem a aparecer, avalia o BTG.

“Desde a chegada de [Marcos] Lutz, grande parte do foco do mercado tem sido nas possíveis mudanças na Ultrapar sob sua liderança. Ele está confiante de que existem inúmeras oportunidades no mercado, mas ser o pioneiro ainda não é o principal diferencial. É hora de focar em resolver e enfrentar todos os desafios do negócio atual”, diz o banco.

Aprender com os erros

A administração da Ultrapar reconheceu cinco erros nos negócios da Ipiranga e atualmente trabalha para corrigir a estratégia antiga.

A companhia reconheceu que:

  1. o atraso no ajuste de preços para níveis consistentes, em cenários macro específicos, foi fundamental para manchar seu relacionamento com seus revendedores;
  2. demorou muito para melhorar sua estratégia de precificação;
  3. o processo de branding do posto de gasolina foi muito rápido e imperfeito;
  4. houve falta de foco devido a muitas iniciativas; e
  5. o processo sucessório foi inadequado.

Em relação à concorrência, a equipe executiva da Ipiranga está confiante de que não há motivos para acreditar que terá margens estruturalmente menores do que outros players de grande porte.

Segundo o BTG, com os procedimentos certos, a Ultrapar pode extrair melhores resultados das operações, embora reconheça que seja um processo gradual e demorado.

Por ora, cautela

As sinalizações são positivas, mas o momento atual não favorece a Ultrapar.

Analistas continuam “neutros” com a ação.

Na opinião do BTG, a falta de claras oportunidades de crescimento de curto prazo e o tempo para iniciativas recentes pagarem dividendos aos acionistas devem diminuir a disposição dos investidores de pagar por múltiplos mais altos.

“Negociando com um prêmio de 50% em relação aos seus pares, os riscos de execução permanecem altos e nos parecem bem precificados. Assim, em um setor que continua apresentando retornos estruturalmente mais baixos, acreditamos que nossa recomendação ‘neutra’ continua válida”, diz o banco. O preço-alvo sugerido é de R$ 17.

A Ágora segue com rating neutro e preço-alvo de R$ 18.

A classificação do Bank of America (BofA), bem como o preço-alvo para a Ultrapar, é a mesma que a do BTG.

“Embora a gente continue vendo sólido potencial para a melhora no negócio core de distribuição de combustíveis da companhia e oportunidades de crescimento em infraestrutura de petróleo e gás, estamos preocupados com a queda dos resultados nos próximos um ou dois anos após desinvestimentos”, explica o banco norte-americano.

Além disso, os planos de expansão parecem menos definidos após o retrocesso de um movimento em direção a refino, afirma o BofA.

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Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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