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Usiminas (USIM5) salta mesmo após prejuízo; momento não é de comprar ação, dizem analistas

27 out 2023, 12:35 - atualizado em 27 out 2023, 12:35
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Usiminas lidera altas do Ibovespa nesta sexta-feira (27) (Imagem: REUTERS/Alexandre Mota)

A Usiminas (USIM5) é destaque de alta do Ibovespa nesta sexta-feira (27), mesmo após reportar prejuízo líquido de R$ 166 milhões no terceiro trimestre do ano, revertendo os ganhos vistos em 2022 e no segundo trimestre de 2023.

Perto das 12h30, as ações da companhia saltavam 5,52%, negociadas a R$ 6,31 cada.

O movimento positivo segue a tendência do setor de mineração e siderurgia em dia de alta para os contratos futuros do minério de ferro na Ásia em meio a sinais de estabilização da economia chinesa.

Na Bolsa de Dalian, na China, o contrato de minério de ferro mais negociado avançou 2,1%, a 889,50 iuanes (US$ 121,57) por tonelada. Com isso, a commodity entregou ganhos de aproximadamente 4% no acumulado da semana.

Além da Usiminas, a Vale (VALE3), que também divulgou o balanço trimestral na noite desta quinta, subia 3%.

Resultados fracos, como esperado

Além do prejuízo, a Usiminas teve um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo em R$ 20 milhões, abaixo dos R$ 836 milhões positivos do mesmo período do ano passado.

Enquanto isso, a receita líquida somou R$ 6,7 bilhões, representando uma queda de 3% no trimestre e um tombo de 20% no comparativo anual.

Analistas classificaram os números como fracos, em linha com o esperado. Segundo o Itaú BBA, na divisão de mineração, a realização de preços mais fracos de minério de ferro ofuscaram a queda de custos, enquanto o segmento de aço foi afetado principalmente por uma queda sequencial nos preços domésticos da liga metálica.

O Goldman Sachs destaca que a manutenção do principal alto forno da companhia, além do momento de instabilidade operacional, de custos elevados e condições adversas no mercado de aço, contribuiu para um Ebitda negativo no trimestre.

Essa dinâmica não deve mudar no quarto trimestre, avalia o banco, uma vez que os preços spot estão 6% abaixo da média do terceiro trimestre. Ademais, a demanda está sazonalmente fraca e a competição das importações deve permanecer elevada dentro de um ambiente de custos elevados.

Apesar de tudo, geração de caixa agrada

Um dos pontos positivos do balanço é a forte geração de fluxo de caixa livre que a Usiminas entregou no trimestre (R$ 780 milhões), amparada por R$ 1,5 bilhão de capital de giro, destaca o BBA.

Na avaliação da Ativa Investimentos, com os esforços para suprir a pausa do Alto Forno 3, o mercado pode ver uma geração de caixa e um fluxo de caixa livre ainda melhor para a Usiminas ao longo dos próximos trimestres.

Não é hora de comprar a ação

Pesando os números do terceiro trimestre e as perspectivas futuras para a companhia, os analistas reiteraram suas recomendações para USIM5.

O Goldman Sachs tem classificação neutra para a Usiminas, com preço-alvo em 12 meses de R$ 8, enquanto BBA e Ativa sugerem vender as ações.

Segundo a Ativa, a Usiminas deve mostrar daqui para frente maior alívio em sua necessidade de capital de giro, “que já se mostrou bem comportada neste terceiro trimestre de 2023”.

Porém, a corretora continua cética com o momento da companhia.

“Não somos construtivos quanto à novos aumentos nos preços de minério de ferro nos próximos meses e, em siderurgia, apesar da recente redução dos prêmios do aço plano doméstico frente o internacional de cerca de 30% para cerca de 15%, não acreditamos numa recuperação da demanda ao longo dos próximos meses”, diz.

Tanto a Ativa quanto o BBA têm preços-alvo de R$ 7 para a Usiminas.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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