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Vale a pena comprar ação um dia antes da divulgação do balanço? O BofA responde…

27 maio 2020, 18:04 - atualizado em 27 maio 2020, 18:04
Bônus por desempenho: ações da Movida subiram 9% com bons números do primeiro trimestre (Imagem: Divulgação/Movida)

Em tempos normais, o mercado funciona com uma certa previsibilidade. Indicadores macroeconômicos medem o pulso da oferta e do consumo, guidance servem de baliza para que os investidores meçam o desempenho das empresas e é possível compará-las com seus pares estrangeiros com alguma precisão.

Mas, como você já está cansado de saber, o tempo em que vivemos é muita coisa, menos normal. A pandemia de coronavírus acabou com qualquer projeção de mercado, a economia mundial convulsiona e as empresas tateiam no escuro. Como nos lembra aquele chavão: a cada dia, uma agonia.

E o que dizer, então, da divulgação dos balanços trimestrais? A recém-encerrada safra de resultados do primeiro trimestre é um exemplo de como anda difícil adivinhar o futuro. De acordo com o Bank of America (BofA), o número de demonstrações que vieram dentro do esperado é revelador.

Um relatório enviado aos clientes nesta quarta-feira (27), obtido pelo Money Times, mostra que apenas 15% dos balanços de empresas brasileiras ficaram em linha com o esperado pelo BofA no primeiro trimestre. Das 71 empresas cobertas pelo banco, apenas 11 confirmaram as expectativas dos analistas.

A grande maioria, 55% da amostra, simplesmente frustrou os resultados. Outros 30% divulgaram números melhores que os estimados.

Gatilho

Tamanho desencontro, causado pela dificuldade dos analistas de quantificar o impacto do coronavírus na economia, gerou outro efeito colateral: a forte reação das ações aos balanços divulgados. Em condições normais de temperatura e pressão, o lucro ou prejuízo divulgado por uma companhia não é, necessariamente, um gatilho para um forte ajuste das ações.

Mas, a julgar pelo primeiro trimestre, os balanços deste ano serão grandes ocasiões de ajuste de preços. O BofA cita alguns exemplos: o Mercado Livre (MELI34) subiu 20%, após divulgar seu release de resultados. A Movida (MOVI3) avançou 9%, e o Santander Brasil (SANB11) se valorizou 4%.

Há, também, quem viu seu valor de mercado murchar. A Gol (GOLL4) afundou 11%; e o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) recuou 6% após publicar seu balanço.

E como fica a resposta à pergunta que dá título a esta reportagem? A única possível: comprar ações, à espera da divulgação do balanço, é aconselhado apenas para quem tem nervos de aço, hoje em dia.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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