Money Times Entrevista

Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e BB (BBAS3) no precinho; por que este tubarão continua otimista com essas teses?

17 jan 2024, 14:00 - atualizado em 17 jan 2024, 15:20
Ibovespa
Maciel chama a atenção para o fato da Petrobras negociar a 4 vezes o preço sobre o lucro, por exemplo (Imagem: Reprodução/Inter Asset)

Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3) são, de longe, as ações mais populares da bolsa. E, justamente por isso, afastam alguns gestores que preferem se expor a empresas com maior potencial de crescimento e menor risco.

Apesar disso, tanto a petroleira como o BB tiveram desempenho de small caps (empresas com menor valor de mercado) no ano passado. As ações dispararam mais de 50% à medida que os receios de possíveis interferências políticas se dissiparam.

No caso da Vale, a história é outra. O papel caiu com o minério de ferro em meio aos temores da desaceleração da economia chinesa. Mesmo assim, o trio é figurinha garantida no portfólio de dividendos do Inter Asset.

Em entrevista ao Money Times, Rafael Cota Maciel, diz que se tudo se manter do jeito que está, essas empresas vão continuar distribuindo os caixas gordos para os seus acionistas.

“Entendemos que, tudo mais constante, se o preço do petróleo e minério ficarem em patamares como estão hoje, e as empresas continuarem entregando resultados operacionais, os retornos serão bons”, discorre.

Maciel chama a atenção para o fato da Petrobras negociar a 4 vezes o preço sobre o lucro, por exemplo, e a Vale entregar retornos de dividendos de 10% a 15% no próximo ano.

Apesar disso, o gestor diz que tanto a Petrobras quanto o Banco do Brasil não integram a carteira valor do Inter devido ao risco político.

Veja os trechos da entrevista

Money Times: Por que está confiante com Vale e Petrobras?

Rafael Cota Maciel: A Petrobras preferencial subiu mais de 90% ajustado a dividendos. A ordinária um pouco menos. Aproveitamos a alta em um dos fundos na carteira dividendos. Em outro, que a estratégia mais ativa, não temos.

Ainda chama atenção, tanto Petro quanto Vale, pela questão dos dividendos. Ambas as empresas estão gerando muito caixa e parte deste caixa está sendo distribuídos para os acionistas.

Você tem dividendos muito altos, principalmente em relação a Petrobras. Nós entendemos que, tudo mais constante, se o preço do petróleo e minério ficarem em patamares como estão hoje e as empresas continuarem entregando resultados operacionais, os retornos serão bons.

Por exemplo, a Vale a gente estima entre 10% a 15% entre dividendos e recompra de ações ao longo de 2024 e para Petrobras esse número é ainda maior.

Obviamente depende da política de dividendos, estavam querendo mudar isso, por conta do controlador, e isso é um dos principais motivos para não termos em um dos fundos.

Mas os preços e os dividendos continuam muito atrativos. A Petrobras está com preço/lucro de 4, ela ainda está descontada.

Há alguns fatores que explicam isso. Ela melhorou muito desde 2016, cresceram bastante a produção, preço do petróleo ajudou e há menos ingerência política.

Money Times: Banco do Brasil chegou no topo?

Rafael Cota Maciel: Temos na carteira de dividendos. E entra também na mesma situação da Petrobras, mas por causa de risco, o foco maior é em dividendos.  Aqui também entendemos que tudo mais constante, você tem dividendos.

Talvez o ponto de atenção é mais no agro, o resultado é muito puxado pelo setor. O BB é o principal player nesse sentido e o Brasil tem bombado. Contudo, a gente viu nos últimos dois a três trimestres, o setor dando uma desacelerada na margem.

Apesar disso, segundo os dados, parece mais um soluço do que uma reversão do cenário positivo do agro. Se de fato for esse cenário de um soluço, o BB continuará se beneficiando. O múltiplo dele está 4,7 vezes preço sobre lucro.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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