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VALE3, CSNA3, GGBR4 e USIM5: É hora de desistir das ações? Credit Suisse cita duas que estão atrativas

25 maio 2023, 18:18 - atualizado em 25 maio 2023, 18:18
Vale
Vale segue com recomendação de “outperform” pelo Credit Suisse (Imagem: Reuters/Washington Alves)

A forte correção nos preços do minério de ferro nos últimos dias acertou em cheio as ações do setor de mineração e siderurgia. Nesta quinta-feira (25), o minério de ferro voltou a cair na China, desta vez para o nível mais baixo em quase seis meses, com traders avaliando uma demanda mais lenta pela matéria-prima siderúrgica durante o período de verão no país asiático.

O ingrediente para a siderurgia é atualmente negociado abaixo dos US$ 100 a tonelada, de um pico de US$ 130 há apenas alguns meses. Como consequência, os papéis expostos à commodity também sofreram pressões baixistas, com Vale (VALE3) acumulando perdas de aproximadamente 20% desde o início de abril.

Apesar disso, alguns analistas seguem firmes na recomendação do setor. É o caso do Credit Suisse, que ainda tem rating de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para a Vale e a Gerdau (GGBR4), preferência dentro do segmento de aço.

Ainda vale ter Vale

Embora reconheça que o desequilíbrio de vendas e distribuição de aço chinesa e a desaceleração nos dados do mercado imobiliário possam manter os preços do minério de ferro sob pressão no curto prazo, o banco suíço entende que a Vale está melhor posicionada que os pares para se beneficiar do processo de descarbonização da indústria nos próximos anos.

A exposição da companhia a um minério de ferro com baixo teor de impurezas é uma vantagem competitiva que deve ser gradualmente precificada, à medida que a demanda e os produtos de minério de ferro de alta qualidade aumentam, diz.

No caso da Gerdau, o Credit Suisse destaca que a companhia deve conseguir entregar um forte yield de fluxo de caixa livre de 19% em 2023. Analistas do banco enxergam um bom espaço para pagamentos de dividendos, com estimativa de cerca de R$ 6 bilhões a serem distribuídos ainda neste ano (yield de 14%).

Para o Credit Suisse, as ações de Vale e Gerdau são negociadas a valuations atrativos, com Vale a 3,6 vezes EV/EBITDA (valor da empresa sobre Ebitda) para 2023 e Gerdau abaixo da média histórica de cinco anos de 5,5 vezes EV/Ebitda a 3,1 vezes EV/Ebitda para 2023.

O banco cortou o preço-alvo da ADR (American Depositary Receipt) da Vale, de US$ 25,50 a US$ 18. O preço-alvo da ação da Gerdau também caiu, de R$ 44,50 para R$ 34.

Downgrade em CSNA3

O Credit Suisse rebaixou a recomendação da CSN (CSNA3) para “neutro” e cortou o preço-alvo de R$ 23,50 para R$ 14. Segundo a instituição, a companhia é negociada a 4,6 vezes EV/Ebitda em 2023, em linha com a Usiminas (USIM5), mas acima da Gerdau.

Analistas estão preocupados com a deterioração das métricas de alavancagem, que subiram rapidamente de 1,69 vez dívida líquida/Ebitda no terceiro trimestre de 2022 para 2,45 vezes no primeiro trimestre de 2023.

“Vemos chegando a 2,84 vezes no segundo trimestre de 2023, já que existe um desembolso de caixa programado de R$ 2,3 bilhões relacionado a pagamento de dividendos”, diz o Credit Suisse.

Considerando o cenário de deterioração da alavancagem, a instituição avalia que pode haver pressão no caixa da CSN, impactando a remuneração aos acionistas daqui em diante (previsão de 6% de yield de fluxo de caixa livre e 5% de dividend yield para 2024).

O rating “neutro” também vale para Usiminas, que tem preço-alvo de R$ 8 pelo banco.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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