Bancos

Veja vídeo com declaração polêmica de CEO do Itaú: “Fintechs têm licença para perder dinheiro”

04 set 2019, 23:48 - atualizado em 04 set 2019, 23:56
Candido Bracher
Candido Bracher: Fintechs têm “licença para perder dinheiro”  (Imagem: Itaú)

O Itaú Unibanco (ITUB4) parece notar o avanço dos bancos digitais, mas caçoa do modelo das fintechs que ainda apresentam prejuízos enormes.

Em um encontro com investidores e analistas realizado na terça-feira (3),  o CEO Candido Bracher afirmou que o ambiente global de juros muito baixos pelo mundo parece ter criado um ambiente no qual as fintechs receberam uma “licença para perder dinheiro”.

Veja o vídeo com a declaração:

(veja aqui a íntegra do evento da Apimec)

Isso, como revela o BTG Pactual em um relatório publicado após o evento, faz com que um novo entrante altamente regulado como o Itaú tenha uma vida mais difícil.

Na semana passada, o Nu Bank revelou ter acumulado um prejuízo contábil de R$ 139 milhões no 1º semestre de 2019. O diretor financeiro, Gabriel Silva, disse que o balanço negativo é uma “escolha interna”.

Muito rentável

Com uma rentabilidade recorrente sobre o patrimônio líquido médio do banco (ROE, na sigla em inglês) em 24% e custo de capital caindo para 12,5%, o Itaú está em seu pico de criação de valor, calculam os analistas Eduardo Rosman e Thomas Peredo.

“A administração reiterou que está no negócio de gerar valor para os acionistas, não lutando por participação de mercado em si. Assim, o Itaú não planeja cortar ou eliminar preços apenas para trazer novos clientes ao banco”, explicam.

Porém, se uma fintech, ou banco digital, conseguir superar o atendimento ao cliente prestado pelo Itaú, e a um custo muito menor, poderá cobrar menos no futuro e ainda obter um bom lucro, empurrando o banco para fora dos negócios, pondera o BTG.

Passos lentos

“Isso significa que o Itaú precisa mudar a sua abordagem sobre os custos para se manter competitivo”, dizem Rosman e Peredo.

Ainda assim, os analistas entendem que o histórico de sucesso do Itaú dá crédito para acreditar que a administração não irá “ficar em negação”, apesar de ainda ter uma resposta lenta.

A recomendação de compra para as ações foi reiterada, com um preço-alvo de R$ 42. Para o BTG, os papeis estão com um preço “atrativo”.

Veja a apresentação do Itaú no evento:

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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