Economia

Vem mais queda do Ibovespa? Evergrande entra em recuperação judicial nos EUA, diz CNN

17 ago 2023, 19:52 - atualizado em 17 ago 2023, 20:35
Evergrande
Ao todo, empresa possui dívidas que chegam a US$ 340 bilhões, o que significa 2% do produto interno na China. (Imagem: REUTERS/Aly Song)

A gigante Evergrande, que chegou a ser a segunda maior incorporadora da China, pediu recuperação judicial nos Estados Unidos, segundo a CNN.

De acordo com o veículo, a empresa entrou com um Chapter 15, que permite à empresas de outros países solicitar proteção judicial nos Estados Unidos.

Procurada pela CNN, a Evergrande não respondeu aos comentários.

Ao todo, empresa possui dívidas que chegam a US$ 340 bilhões, o que significa 2% do produto interno na China.

A incorporadora possui mais de 1.300 projetos imobiliários em mais de 280 cidades chinesas.

Evergrande, risco no Brasil?

A preocupação também recai aqui no Brasil, já que a desaceleração da economia chinesa pode provocar efeitos para as exportações. A China é a maior parceira comercial do país.

O enfraquecimento chinês é apontado por analista como uma das causas da queda consecutiva de 13 pregões do Ibovespa. O índice derreteu 5% desde 31 de julho.

Nas últimas semanas, pegaram o mercado de surpresa os índices de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao produtor (PPI, na sigla em inglês) para o mês de julho.

Enquanto o CPI mostrou uma deflação de 0,3% em 12 meses, fato não visto desde 2021, o PPI deflacionou ainda mais: 4,4% no confronto anual.

Dados de investimento, vendas do varejo, desemprego e produção industrial divulgados hoje sobre o mês de julho complementaram o cenário de desaceleração da economia, a qual o governo tem respondido com cortes nas taxas de empréstimo.

Relembre o caso Evergrande

Tudo começou em setembro de 2021, quando a incorporadora não pagou uma série de títulos de dívidas.

O risco era de que a quebra da empresa gerasse um efeito em cadeia, o que poderia provocar o que se chamou de ‘Lehman Brothers 2.0’, um dos bancos responsáveis pela crise econômica de 2008.

A especulação em torno da empresa desencadeou uma aversão ao risco global. O Ibovespa, por exemplo, despencou cinco sessões seguidas à época.

Para estancar a sangria, o governo socorreu a empresa, o que deixou os mercados mais aliviados, pelo menos até agora.

Outras incorporadoras chinesas

Desta vez protagonizada pela Country Garden Holdings (CGH), uma das maiores incorporadoras da China.

As ações da Country Garden Holdings despencaram 20% na última segunda-feira (15) na Bolsa de Hong Kong, levando o papel da companhia ao menor preço desde o seu IPO. No ano, a derrocada do ativo é de 70%.

O sell-off das ações foi desencadeado por dois anúncios que acenderam o alerta vermelho do investidor sobre a saúde financeira da companhia.

Na semana passada, a Country Garden Holdings disse que perdeu o prazo vencido no último dia 7 de agosto para realizar pagamentos a credores internacionais que compraram dois títulos da dívida da companhia, avaliados em US$ 22.5 milhões.

A empresa agora tem um “período de graça” de 30 dias para executar o pagamento antes que entre em um default, situação na qual cada um dos títulos emitidos passariam a ter um preço de US$ 500 milhões.

Com Jorge Fofano

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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