Volatilidade do real salta e reedita 2014 antes de eleição tensa

A última vez em que, às vésperas de um segundo turno, a volatilidade das opções de uma semana sobre o real foi tão alta ocorreu em 2014, quando a incumbente Dilma Rousseff, do PT, bateu Aécio Neves, do PSDB, por margem pequena — um cenário que operadores têm crescentemente embutido nos preços para a disputa entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

Com o mercado em busca de proteção por meio de opções a 6 dias da eleição — e depois dos eventos que culminaram na prisão do ex-deputado Roberto Jefferson neste domingo –, a volatilidade implícita de uma semana do real saltou acima de 38%, de 21,5% na sexta-feira.

A volatilidade está no maior nível desde março de 2020, quando teve início a pandemia de Covid-19.

“Com as pesquisas cada vez mais apertadas, também aumentam as chances de ruído”, diz Alejandro Cuadrado, responsável pela estratégia global de câmbio do BBVA. “As opções se tornaram uma maneira muito cara de se proteger ou de se posicionar na eleição.”

“Temos um evento binário no próximo final de semana, natural ter mais volatilidade”, diz Sérgio Zanini, sócio e gestor da Galapagos Capital.

Além disso, Zanini também chama a atenção para a definição da Ptax de fim de mês na próxima segunda-feira, quando será fixado o valor do dólar servindo de referência para o vencimento dos contratos futuros — o que segundo ele será outro grande problema para o mercado local.

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