Internacional

Warp Speed e vacinação no Reino Unido deixam UE para trás

03 dez 2020, 11:06 - atualizado em 03 dez 2020, 11:06
União Europeia
Vários países ocidentais fazem planos para começar a vacinação em breve, o que exigirá um monitoramento de perto da segurança (Imagem: Reuters/Yves Herman)

Vacinas contra a Covid-19 estarão disponíveis em breve, e os países que devem sair na frente para a vacinação não são uma grande surpresa. O Reino Unido se tornou o primeiro país ocidental a liberar uma vacina e, depois de investir US$ 18 bilhões na Operação Warp Speed, os EUA estão em posição privilegiada.

Mas a União Europeia deve ficar atrás de seus pares na imunização de dezenas de milhões de pessoas com as vacinas da Pfizer, Moderna e AstraZeneca perto da linha de chegada. Isso poderia deixar o bloco vulnerável à pandemia e ajudar a estratégia do Reino Unido para demonstrar que o país se sairá melhor sozinho após o Brexit.

A UE provavelmente terá vacinas suficientes para dois terços da população até setembro de 2021. O bloco alcançaria essa proporção mais de quatro meses depois dos EUA e dois meses após o Reino Unido, segundo análise da empresa de pesquisa Airfinity, com sede em Londres. As estimativas são baseadas nos suprimentos que os governos encomendaram per capita, na capacidade de produção em cada região e na eficácia esperada das vacinas.

Vários países ocidentais fazem planos para começar a vacinação em breve, o que exigirá um monitoramento de perto da segurança. Independentemente de quando começarem, imunizar 60% a 70% da população é o ponto crítico, pois pode permitir que as sociedades sejam reabertas com segurança sem a ameaça de doenças em massa e sistemas de saúde sobrecarregados.

Governos do mundo industrializado já estão sob pressão devido às iniciativas fracassadas para reativar as economias enquanto a pandemia sobrecarrega hospitais, com mais de 90 mil pacientes só nos EUA.

Embora cresçam as preocupações de que os países mais ricos terão vantagem sobre regiões de renda média e baixa, a perspectiva de partes do mundo desenvolvido com recuperação mais lenta do que outras ameaça criar mais atrito internacional.

França, Alemanha e outros países europeus conseguiram controlar os casos de coronavírus, mas apenas com novas restrições que prejudicaram empresas já em dificuldades.

“Suponhamos que os EUA saiam na frente e vacinem grande parte da população mais rápido do que na Europa; podemos imaginar a pressão que políticos europeus sofrerão”, disse Simon Evenett, professor de comércio internacional e desenvolvimento econômico na Universidade de São Galo, na Suíça. “Isso realmente pode ganhar força como fonte de tensões entre os países.”

A Comissão Europeia, que encomendou quase 2 bilhões de doses de vacinas contra a Covid por meio de seis acordos de fornecimento em nome de seus membros, não quis comentar diretamente se os governos poderão imunizar suas populações tão rápido quanto os Estados Unidos ou outros países.

“O que importa é garantir uma distribuição rápida de vacinas consideradas seguras e eficazes”, escreveu o braço executivo da UE em e-mail de 30 de novembro, acrescentando que trabalha com os estados membros para garantir que estejam prontas para distribuição assim que disponíveis.

Embora as vacinas possam começar a ser distribuídas nos EUA e no Reino Unido antes do fim do ano, a Airfinity projeta que as primeiras doses da UE não chegarão antes de janeiro.

Autoridades de saúde na França disseram que esperam começar a vacinar a população no final de dezembro ou início de janeiro, e que todos os países da UE receberão suas doses ao mesmo tempo.

Já o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, disse que centros especiais de imunização devem estar prontos em meados do mês e espera que grupos de alto risco comecem a ser vacinados em janeiro.

Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.