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7 empresas de criptomoedas que suspenderam saques e serviços recentemente

06 jul 2022, 11:12 - atualizado em 06 jul 2022, 11:12
Bitcoin
Celsius Network foi uma das primeiras empresas de criptomoedas a congelar saques. (Imagem: Unsplash/Kanchanara)

O fato de o mercado das criptomoedas estar em crise não é novidade para os entusiastas e participantes desse ramo.

No entanto, recentemente, algumas empresas ligadas às criptomoedas também foram fortemente afetadas, precisando suspender ou limitar os serviços oferecidos para clientes.

Com o agravamento da situação do mercado cripto desde meados de junho, o “bear market” contaminou algumas companhias, principalmente credoras cripto, que anunciaram a interrupção de serviços recentemente.

Confira abaixo quais companhias do ramo já anunciaram a suspensão ou limitação de serviços.

1. Celsius Network

A Celsius Network é uma companhia de empréstimos de criptomoedas que oferece produtos com juros para clientes que depositam criptomoedas em sua plataforma e, em seguida, empresta os ativos digitais para obter um retorno.

Celsius Network foi uma das primeiras empresas do ramo a suspender saques no último mês. A companhia anunciou, em 12 de junho, o congelamento de saques e transferências, citando “condições extremas de mercado”.

A fintech disse que fez o congelamento “para estabilizar a liquidez e as operações enquanto tomamos medidas para preservar e proteger os ativos”.

Celsius Network tinha US$ 11,8 bilhões em ativos sob gestão, em maio deste ano, segundo informações presentes no site da companhia.

A ação da companhia arrastou para baixo o preço do bitcoin, que chegou ao menor nível em 18 meses na época, a US$ 23.476. Com a queda, a capitalização de mercado do BTC foi abaixo de US$ 1 trilhão pela primeira vez desde janeiro de 2021.

Na semana seguinte à suspensão, Celsius Network afirmou que o objetivo da empresa continuava “sendo a estabilização de nossa liquidez e operações”, mas que “esse processo levará tempo”.

Três semanas após o congelamento dos saques, os clientes da Celsius ainda estão aguardando um novo pronunciamento da companhia quanto ao acesso ao dinheiro.

A corretora cripto FTX teria desistido de um acordo com Celsius, após ver o estado das finanças da empresa, na semana passada.

A credora cripto tinha ‘um buraco’ de US$ 2 bilhões em seu balanço, e a FTX descobriu a dificuldade da credora de lidar com a situação, disse uma fonte ao The Block.

O gigante de investimentos Goldman Sachs também estaria em busca para arrecadar US$ 2 bilhões para adquirir os ativos de Celsius, caso a credora cripto declare falência.

2. Voyager Digital

Também credora de criptomoedas, Voyager Digital anunciou na última sexta-feira (1) a suspensão de saques, negociações e depósitos em sua plataforma.

A decisão da companhia foi comunicada na mesma semana em que tomou um calote de US$ 673 milhões do fundo de hedge de criptomoedas Three Arrows Capital.

Na sexta-feira passada, Voyager Digital afirmou ter US$ 685 milhões em criptomoedas, em comparação com o US$ 1,12 bilhão que emprestou.

Para cobrir as perdas. Voyager tomou um empréstimo de US$ 485 milhões em dinheiro e bitcoin (BTC) da Alameda Ventures, do CEO da FTX, Sam Bankman-Fried.

3. CoinFlex

A corretora de criptomoedas CoinFLEX, que tem Mark Lamb como CEO, anunciou a suspensão dos saques, apontando o momento atual desafiador no mercado cripto, com péssimas condições para a companhia.

No entanto, outro fator que pode ter contribuído para o congelamento dos saques é o débito de US$ 47 milhões da CoinFLEX.

A companhia de Lamb afirma ter emprestado o valor para o CEO da corretora Bitcoin.com, Roger Ver, mas este nega que tenha tomado emprestado os milhões de dólares.

4. Vauld

Ontem (4), Vauld, plataforma de negociação e empréstimos de criptomoedas, anunciou o congelamento de saques, negociações e depósitos, com efeito imediato.

O CEO da companhia, Darshan Bathija, disse que a empresa enfrenta dificuldades financeiras, devido a uma combinação de fatores.

Desde 12 de junho, a plataforma registrou quase US$ 198 milhões em saques de clientes, impulsionados pela implosão da stablecoin de Terra, TerraUSD (UST), a decisão de Celsius Network de congelar saques e os problemas da Three Arrows Capital, disse Bathija.

“Pretendemos solicitar nos tribunais de Cingapura uma moratória, ou seja, uma suspensão do início ou da continuação de qualquer processo contra as empresas relevantes, de modo a nos dar espaço para realizar o exercício de reestruturação proposto”, acrescentou o CEO.

5. Babel Finance

Com sede em Hong Kong, a credora de criptomoedas Babel Finance também suspendeu saques, no dia 17 de junho, citando “pressões de liquidez anormais”.

Três dias depois, a companhia afirmou haver chegado a “acordos preliminares sobre o prazo de pagamento de algumas dívidas” com as principais contrapartes e clientes, “o que aliviou a pressão de liquidez a curto prazo da empresa”, disse a companhia em um comunicado na época.

Fundada em 2018, Babel Finance afirma ter 500 clientes institucionais. Além disso, a companhia disse que, no final de 2021, tinha um balanço de mais de US$ 3 bilhões concedidos em empréstimos, com um volume negociado mensal médio de US$ 800 milhões em derivativos.

A empresa não se pronunciou desde o congelamento, e o dinheiro de clientes permanece preso.
Segundo o The Block, além dos problemas financeiros, Babel Finance também está perdendo funcionários de alto escalão.

Até agora, a companhia já perdeu o head de parcerias globais, Yulong Liu; os diretores de parcerias globais, Sean Yang e Xavier Xiang; a diretora de comunicações, Jacynth Wang; e a líder global de relações públicas, Yiwei Wang.

6. CoinLoan

Nesta segunda-feira (4), a credora cripto CoinLoan disse ter reduzido temporariamente o limite de saques para credores, em meio ao turbilhão no mercado.

A empresa afirmou ter sido afetada pelos problemas que atingiram demais companhias do ramo, como Celsius Network, Voyager Digital, BlockFi e Three Arrows Capital. Segundo CoinLoan, as dificuldades registradas nas demais companhias levou a um aumento nos saques em sua própria plataforma.

A empresa impôs o limite ao saque “na tentativa de equilibrar o fluxo dos fundos e prevenir as interrupções ligadas à liquidez”.

Os clientes de CoinLoan agora têm um limite máximo de saques de US$ 5 mil a cada 24 horas, segundo o comunicado feito ontem.

7. Three Arrows Capital

Um dos maiores fundos de hedge de criptomoedas do mundo, Three Arrows Capital (3AC) foi talvez a empresa que desencadeou a onda de congelamentos de saques e demais serviços em outras companhias.

O fundo de hedge foi fortemente atingido pela implosão de LUNA e da stablecoin TerraUSD (UST), ambas da rede Terra, em maio e pela forte liquidação no mercado cripto em junho.

No mês passado, por exemplo, o bitcoin teve mais de US$ 531 milhões liquidados somente no dia 14, segundo dados da Coinglass.

No final de junho, as preocupações sobre as possíveis dificuldades financeiras de Three Arrows aumentaram.

Anteriormente, o cofundador de 3AC, Zhu Su, disse estar considerando a venda de ativos e o resgate por outra empresa, a fim de evitar um colapso.

Porém, os esforços do cofundador não foram suficientes.

Na semana passada, Three Arrows Capital deu um calote de US$ 673 milhões em criptomoedas de um empréstimo que tomou da Voyager Digital.

A companhia de Zhu já havia recebido pedidos para a devolução dos fundos, mas não os atendeu. A situação fez com que Voyager notificasse 3AC no último dia 27.

O calote motivou a decisão de um tribunal nas Ilhas Virgens Britânicas, onde a empresa está registrada, que ordenou a liquidação do fundo na terça-feira passada (28).

Dois dias depois, Three Arrows Capital foi repreendida pela Autoridade Monetária de Cingapura (MAS, na sigla em inglês) por fornecer informações falsas e exceder o limite de ativos sob gestão permitido pela autoridade regulatória.

A sequência de notícias ruins para a empresa teve seu auge ontem. Three Arrows Capital entrou com pedido de falência em um tribunal federal de Manhattan, em Nova York.

A queda dramática das criptomoedas representou uma perda de pelo menos US$ 400 milhões para 3AC. Com isso, a empresa não conseguiu pagar seus débitos, contribuindo para a crise de liquidez mais ampla que está afetando demais companhias do ramo e o mercado cripto.

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Graduada em Letras (Português/Inglês) pela Universidade de São Paulo (USP). Iniciou sua carreira como estagiária de revisão na Editora Ática, local em que atuou depois como revisora freelancer. Já trabalhou para o The Walt Disney World, nos Estados Unidos, em um programa de intercâmbio de estágio, experiência que reforçou sua paixão pela língua inglesa e pela tradução. Estagiou na Edusp, e integra, há um ano, a equipe do Money Times como repórter-tradutora de notícias ligadas a criptomoedas.
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