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Oi: por que a ação saltou 15% em dois dias?

03 nov 2021, 17:49 - atualizado em 03 nov 2021, 17:49
Oi OIBR3
Os investidores precificam a venda de ativos móveis da Oi, que está próxima de ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

As ações preferenciais da Oi (OIBR4) engataram a quarta marcha nas duas últimas sessões e dispararam 15%.

Os investidores precificam a venda de ativos móveis da companhia.

Na manhã desta quarta-feira (3), o Cade recomendou a aprovação da compra da Oi (OIBR3) pela TIM (TIMS3), Claro e Vivo (VIVT3), condicionada à assinatura de um acordo que prevê, entre outras ações, o compartilhamento de redes, aluguel de espectro de radiofrequência, contratos de roaming e oferta de pacotes de voz e dados para operadores virtuais.

Em despacho, a área técnica afirma que não há necessidade de distribuição da base de clientes da Oi entre concorrentes nem de venda de ativos.

O Cade tem 240 dias para analisar atos de concentração, prazo que, nesse caso, acabaria em 18 de novembro.

Na semana passada, a superintendência-geral pediu mais 90 dias para o órgão analisar o processo, o que ainda será analisado pelo tribunal.

Se o adiamento for aprovado, o prazo final para o órgão decidir sobre o negócio entre as operadoras de telefonia passará de para fevereiro de 2022.

Para Gabriel Tinem, da Genial Investimentos, isso é visto como algo muito positivo para o setor como um todo, permitindo a saída de um player agressivo em situação financeira delicada ao mesmo tempo que agregaria maior qualidade de serviços associadas às proponentes.

“A saída desse player do segmento é vista como inevitável, tendo em vista o processo de recuperação judicial que a Oi enfrenta, sendo fundamental para o cumprimento dos pilares do seu plano estratégico que visa expandir sobretudo no ramo de fibra óptica, sendo atualmente a 2ª maior empresa de fibra no Brasil (atrás apenas da Vivo)”, completa.

Segundo a analista da Empiricus, Cristiane Fenserseiter, é importante que esta venda seja aprovada para o case da Oi, uma vez que ela vai utilizar os recursos para pagar boa parte da dívida, ainda mais considerando um cenário de alta de juros.

Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, afirma que a empresa passará por uma desalavancagem após a concretização da venda, o que favorece a saída da recuperação judicial da companhia. 

“A empresa fica mais saudável, desalavancada e o mercado gostou”, afirma.

A ideia do plano da empresa é enxugar o portfólio onde fosse possível a fim de diminuir a sua dívida brutal, que chegou a R$ 65,4 bilhões em 2016. No segundo trimestre, a tele encerrou o período com uma dívida de R$ 29 bilhões.

Tim
Ainda na visão da Genial, o negócio é visto como altamente positivo tanto para a TIM quanto para a Vivo, haja visto o aumento da base de clientes nos serviços móveis (Imagem: Reuters/Stefano Rellandini)

A Oi não é a única a ganhar com o processo

Ainda na visão da Genial, o negócio é visto como altamente positivo tanto para a TIM quanto para a Vivo, haja visto o aumento da base de clientes nos serviços móveis bem como a aquisição de espectros (faixas de frequência) fundamentais para a expansão do serviço móvel, além do aumento da capacidade de usuários dentro de uma certa região.

“Dentro desse panorama, a TIM passaria a solucionar parte dos seus problemas vinculados à falta de espectro visto como um aspecto bastante positivo tendo em vista que mais de 90% de sua receita total provém dos serviços móveis”, afirma.

No caso da Vivo, a corretora lembra que a maior contribuição seria no aumento da base de clientes aliado à melhora da qualidade dos serviços dentro do setor móvel no qual a empresa já é líder.

Com Agência Estado

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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