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A Binance tem chances de quebrar? Para analista é muito pouco provável

13 dez 2022, 19:12 - atualizado em 14 dez 2022, 15:58
Binance FTX FTT
O analista compara o volume sacado com o movimento de saída da falida FTX (Imagem: Crypto Times)

A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, atua atualmente sob desconfiança do mercado, que resultou em um movimento de cerca de US$ 2 bilhões em saques da plataforma.  Nesta terça-feira (13), a corretora pausou seus saques em USDC, e logo depois retomou.

Em posicionamento oficial a Binance comunicou:

“Pessoas depositam e sacam recursos todos os dias por diversos motivos diferentes. Os ativos do usuário na Binance são todos lastreados 1:1 e a estrutura de capital da Binance não tem dívidas. Mantemos saldos nas hot wallets (carteiras quentes, conectadas a uma rede) para garantir que sempre tenhamos fundos mais do que suficientes para atender às solicitações de saque e, conforme necessário, recompomos os saldos destas carteiras.”

Todavia, entre os clientes, houveram alguns receios, ainda mais depois da crise na FTX que antes era a segunda maior corretora do mundo.

Para o analista chefe da Nord Research, Luiz Pedro Andrade, é muito pouco provável, “para não dizer impossível”, que a maior corretora do mundo possa quebrar. O analista compara o volume sacado com o movimento de saída da falida FTX.

“Os saques que houveram na Binance foram menos que a metade do volume sacado da FTX, e estamos falando de uma corretora com muito mais liquidez, e uma reserva – ainda que em Bitcoin (BTC), é muito superior aos valores sacados até então”, explica.

Mas e se a Binance quebrar?

Em uma hipótese onde a maior corretora de criptomoedas venha à falência, Andrade comenta que poderia ser um cenário desastroso, muito maior que FTX.

“Veriamos preços não vistos desde 2017, 2018 nas telas. Teríamos uma crise de liquidez muito pior do que visto esse ano. A Binance detém praticamente 90% do volume negociado em cripto globalmente. Então seria um marco muito muito caótico, o pior cenário possível para o mercado de cripto”, diz.

O analista diz que o que acalmaria os ânimos do mercado neste momento é entender sobre auto custódia, não usar como carteira mas sim apenas como ponto de compra.

“Aquela analogia que sempre falo. Você não compra uma geladeira na fast shop e deixa lá, você leva para sua casa. É preciso fazer a mesma coisa com criptomoedas, comprar na corretora e sacar para sua carteira”, diz.

Outro ponto que acalmaria os investidores seria o aumento de transparência por parte de Binance, segundo Andrade.

“Ainda assim não vejo o risco da Binance como algo tão latente. O risco da Binance já existe há algum tempo. Ela é um ponto sensível em cripto por ter uma concentração de volume e usuários muito grande na corretora. O mercado não morreria, mas passaria por uma crise pior do que vimos agora em novembro.

Atualização para inclusão do posicionamento oficial da Binance:

“Conduzir adequadamente uma prova de reservas (proof of reserves) em custódia desse escopo e magnitude é um processo muito complexo, novo e exclusivo do setor e requer diferentes graus de verificação interna e por terceiros na blockchain, em comparação a instituições financeiras tradicionais. A divulgação das reservas de custódia de BTC foi apenas o primeiro de muitos passos que serão dados nas próximas semanas para fornecer mais transparência e garantia de nossas reservas em custódia. Após os eventos recentes, é imperativo que desenvolvamos novos sistemas que permitam aos usuários acessar continuamente a verificação on-chain de seus ativos sob custódia, para reconquistarmos a confiança do usuário e mais uma vez provar que cripto é mais segura e transparente do que as finanças tradicionais.

Achamos importante observar que a venda de ativos alimentada pela notícia da Reuters resultou na retirada de aproximadamente US$ 1,14 bilhão de nossa plataforma em um período de 12 horas, o que foi administrado com facilidade. Passamos por este teste de estresse extremo porque executamos um modelo de negócios muito simples: manter os ativos sob custódia e gerar receita com as taxas de transação.”

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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