Economia

A bola da vez? Novo rating do Brasil reforça corte de 0,50 pp na Selic

26 jul 2023, 10:40 - atualizado em 26 jul 2023, 10:40
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Economistas avaliam que melhora na classificação de risco brasileira reforça as apostas de um corte de 0,50 ponto percentual na Selic em agosto. (Imagem: Agência Brasil)

O mercado começou o dia com uma boa notícia para o Brasil. A agência de classificação de risco Fitch elevou a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira do país de “BB-” para “BB”, com perspectiva estável.

Segundo a agência, a decisão reflete desempenho macroeconômico e fiscal melhor que o esperado. A Fitch destaca que a expectativa é de que as novas regras fiscais e medidas tributárias no Brasil ancorem uma consolidação fiscal gradual.

A mudança no rating já animou os economistas e analistas. A avaliação é de que a melhora na classificação de risco brasileira reforça as apostas de um corte de 0,50 ponto percentual na Selic em agosto.

Na semana que vem, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir o futuro da taxa básica de juros. As expectativas são de que o Banco Central vai dar início ao afrouxamento monetário, após manter a Selic em 13,75% por um ano. No entanto, as dúvidas são se o corte inicial será de 0,25 pp ou 0,50 pp.

O economista André Perfeito aponta que a lista de motivos apontados pela Fitch passa pela melhora na trajetória da dívida, na política monetária prudente, no crescimento resiliente, entre outros motivos.

“Tudo isso conspira para um corte de 0,50 pp fora os argumentos que já apresentei sobre a função de reação da Autoridade Monetária. Talvez a decisão pela intensidade do corte não seja unanimidade entre a diretoria do Banco Central, mas não vejo nisso um problema, a questão é saber como vão encaminhar a discussão sobre os próximos passos”, afirma.

Já Jefferson Laatus, CEO do Grupo Laatus, afirma que elevação do rating do país é positiva e mostra que o Brasil é “a bola da vez”. Para ele, a decisão da Fitch deve colocar mais pressão sobre o Banco Central para um corte maior na taxa básica de juros.

Por outro lado, Carlos Kawall, economista da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro, afirma que o aumento de rating é importante, mas há limitações.

Segundo ele, o grau de investimento continua distante por insuficiência do arcabouço fiscal. A mudança na classificação de risco do Brasil também não terá nenhuma consequência sobre decisão do Copom, sendo que as suas projeções seguem em um corte de 0,25 pp.

Governo comemora novo rating

O Ministério da Fazenda afirma que a decisão da agência corrobora os esforços empreendidos pelo governo para fortalecer o ambiente econômico e promover a consolidação fiscal.

“A melhora no rating leva em consideração não apenas ações já ocorridas, mas também a expectativa quanto à capacidade e vontade do país em prosseguir com a agenda de reformas econômicas”, diz o comunicado divulgado pela pasta.

Em evento na manhã desta quarta-feira (26), Fernando Haddad destacou que a “harmonia entre os Poderes” ajudou a elevar a nota de crédito do Brasil.

“Tem muito trabalho pela frente, mas estou muito confiante e reputo esses resultados à harmonia entre os Poderes da República. Sempre salientei que a chamada crise econômica que o Brasil vive é o desdobramento de uma crise de natureza política”, afirmou.

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, disse em publicação nas redes sociais que a mudança no rating é uma importante conquista para a economia do país.

*Com informações do BDM

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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