Empresas

A ‘intrusa’ europeia que ameaça a dinastia Tech entre as empresas mais valiosas do mundo

17 abr 2023, 17:00 - atualizado em 17 abr 2023, 17:12
Bilionários, Bernard Arnault LVMH
CEO da LVMH, Bernard Arnault se tornou a pessoa mais rica do mundo em 2023 (Imagem: commons.wikimedia)

Na semana passada, a LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton SE, ou simplesmente LVMH, encostou no grupo das 10 empresas mais valiosas do mundo. Como o próprio nome revela, a LVMH é uma holding francesa especializada no mercado de luxo. 

Na última quinta-feira (13), a LVMH reportou vendas acima do esperado pelo mercado, ocasionando um forte rali de compra sobre o papel na Bolsa de Paris (CAC40) em dois dos últimos três pregões. No ano, o ganho do papel acumulado é de 27%.

O arranque das ações elevou o valor de mercado da holding para cerca de US$ 488 bilhões, colocando-a temporariamente na décima colocação das empresas mais valiosas do mundo.

O clube das ’10 mais’ é uma dinastia composta pelas Big Techs dos Estados Unidos. Apple, Alphabet, Amazon, Meta, Tesla e Nvidia são nomes constantes entre as empresas cujo valor de mercado supera os US$ 500 bilhões.

Até o momento, o ranking traz apenas um nome fora dos States: a Saudi Aramco, maior companhia de energia do mundo, hoje avaliada em US$ 2 trilhões.

Com a aversão ao risco norteando as negociações europeias nesta segunda-feira (17), a LVMH recuou um pouco do seu ímpeto da semana passada, ocupando a décima segunda posição no ranking de valor de mercado.

Porém, a julgar pelo apetite do consumidor de luxo, a LVMH parece mais perto do que nunca de se tornar a primeira empresa da Europa a ocupar um assento no clube mais distinto dos mercados globais.

Para mercado de champanhe e alta costura, inflação e juros não são problema

O forte desempenho da companhia que controla os negócios da Louis Vuitton e da Moët reforçam a ideia de que, para o mercado de luxo, a alta da inflação e dos juros não são um problema determinante.

Para um número cada vez mais destacado de analistas e investidores, as companhias francesas do mercado de luxo estão se tornando tão dominantes em seus mercados e crescem mesmo diante de adversidades macroeconômicas.

Desse jeito, é como se LMVH, Chanel e Hermès fossem as Big Techs do Velho Continente, promovendo retornos aos investidores superiores à média dos índices acionários. A força das marcas de luxo está, inclusive, por trás da dominância da Bolsa de Paris sobre a mais tradicional Bolsa do mundo, que é a de Londres.

Parte desse sucesso tem a ver com a tendência de concentração de renda entre os super ricos, o que se tornou mais acentuado com a pandemia de covid-19. Outra razão para tal é o fortalecimento do euro diante do dólar, uma consequência do estresse financeiro que atingiu os EUA no último mês.

Mas há, ainda, um terceiro fator, mais circunstancial, que promoveu efeito nas vendas da LMVH neste trimestre: a reabertura da China. Decretado o fim do confinamento, mais consumidores chineses estão atrás de itens do segmento de luxo, aquecendo a procura por bolsas e joias das marcas mais icônicas do mundo.

CEO da LVMH se tornou homem mais rico do mundo

O crescimento em valor da LVMH confere dividendos para o seu CEO, Bernard Arnault. Nos primeiros meses do ano, o francês travou uma disputa cabeça-a-cabeça com Elon Musk pelo título de pessoa mais rica do mundo.

Mais recentemente, no entanto, o jogo ficou mais confortável para o magnata europeu e sua família. De acordo com o monitoramento em tempo real da Forbes, Arnault possui uma fortuna avaliada em US$ 236.6 bilhões, enquanto o CEO da Tesla e do Twitter detém US$ 187.3 bilhões.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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