Mercados

A novela continua: Petrobras (PETR4) contraria alta do petróleo e perde pontos na bolsa com dividendos no encalço

13 mar 2024, 15:05 - atualizado em 13 mar 2024, 15:05
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Petrobras não aproveita alta do petróleo nesta quarta-feira (13); mercado acompanha novela dos dividendos extraordinários (Imagem: Agência Petrobras)

A novela da Petrobras (PETR4) e seus dividendos extraordinários não dá indícios de que está caminhando para o fim. A falta da tão aguardada distribuição aos acionistas junto com a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2023 jogou a Petrobras e suas ações no olho do furacão.

A companhia chegou a perder mais de R$ 55 bilhões em valor de mercado no pregão pós-balanço diante da frustração das expectativas dos investidores e dos analistas do mercado.

Para alimentar ainda mais o caloroso debate que ainda está se desenrolando, falas recentes de Lula serviram para mexer com os nervos do mercado em relação à petroleira.

No início desta semana, o presidente da República, em entrevista concedida ao SBT, afirmou que a estatal não tem de pensar apenas nos acionistas.

Lula também criticou o que acabou chamando de “choradeira do mercado” e voltou a defender que os recursos da Petrobras destinados a dividendos sejam aplicados em investimentos.

Petrobras estuda criar novo fundo

Fontes ouvidas pel’O Globo afirmaram que a Petrobras está estudando a criação de um novo fundo para receber dividendos extraordinários com foco em investimentos.

De acordo com a matéria, a ideia teria sido discutida entre o CEO da companhia, Jean Paul Prates, e Lula durante a reunião de terça.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também esteve presente na reunião. Haddad teria explicado para Lula que o fundo atual da companhia, onde são alocados os dividendos extraordinários de mais de R$ 43 bilhões, só pode ser usado para pagar dividendos futuros, juros sobre o capital próprio (JCP), recompras de ações e absorção de prejuízos.

Hoje, por volta das 14h50, os papéis da Petrobras contrariavam o forte movimento de alta do petróleo nos mercados internacionais. PETR3 e PETR4 recuavam 0,59% e 0,54%.

À Reuters, fontes afirmaram que Prates avisou Lula na semana passada que reter 100% dos dividendos extraordinários acabaria prejudicando a confiança dos acionistas minoritários. Porém, Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, acabou convencendo Lula de usar os recursos para novos investimentos.

A diretoria comandada por Prates tinha como proposta a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários, mas foi voto vencido durante a reunião do conselho de administração.

Governança de ferro?

Ao decidir reter caixa, a Petrobras acabou estremecendo um dos principais pilares do otimismo do BTG Pactual com a tese.

O banco acreditava que a governança corporativa robusta da empresa impediria que a geração de caixa fosse usada em projetos com VPL (valor presente líquido) negativo.

“Mudanças estratégicas teriam que ser feitas gradativamente e conforme aprovação dos órgãos internos da empresa”, comentou o BTG, em relatório publicado no início da semana.

Apesar da percepção de risco crescente, o BTG ainda tem recomendação de compra para as ações da Petrobras, pois entende que, para que os dividendos extraordinários sejam destinados a investimentos, o estatuto social da companhia, que atualmente dificulta a realização de investimentos fora do Plano Estratégico (PE), precisará ser alterado.

“Acreditamos que mudanças significativas no estatuto social e na equipe de gestão da empresa são necessárias para que a remuneração aos acionistas se reduza substancialmente”, reforçou.

O BTG reconhece que os riscos relacionados à utilização de caixa aumentaram e que a vontade dos investidores em aumentar suas posições na Petrobras pode ficar limitada, com o mercado à espera de maior visibilidade.

*Com informações de Reuters e O Globo.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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