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Abiove reduz previsão de exportação de soja do Brasil em 2022; mantém processamento

20 abr 2022, 10:58 - atualizado em 20 abr 2022, 10:58
Soja
A previsão de exportação de soja foi cortada em meio a uma demanda mais lenta da China (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A exportação de soja do Brasil em 2022 foi estimada nesta quarta-feira em 77,2 milhões de toneladas, redução de 500 mil toneladas na comparação com a previsão de março, afirmou a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove).

A previsão de exportação foi cortada em meio a uma demanda mais lenta da China, que tem sofrido com margens fracas para a produção de suínos, lockdowns e atrasos portuários em função de medidas para conter a Covid-19, segundo analistas.

A entidade não comentou os motivos da redução em nota.

De outro lado, a Abiove manteve a projeção de processamento da oleaginosa em um recorde, em meio à firme demanda por farelo nos mercados interno e externo.

Se confirmada a previsão de exportação, os embarques de soja do Brasil, o maior exportador global, cairiam quase 9 milhões de toneladas na comparação com 2021, quando o país exportou um recorde, contando com a maior safra já registrada.

Em 2022, contudo, o país sofreu o efeito de severas perdas pela seca, que deixou a produção de soja estimada em 125,3 milhões de toneladas, número inalterado ante a previsão de março, mas distante das 138,86 milhões de toneladas de 2021.

A Abiove citou um forte processamento de soja no Brasil e manteve a previsão de esmagamento em recorde de 48 milhões de toneladas no ano, ante 47,78 milhões em 2021.

No primeiro bimestre, o processamento foi estimado em 5,6 milhões de toneladas de soja – para uma amostra representativa de cerca de 84% do esmagamento do grão no Brasil -, com incremento superior a 18% no comparativo com o mesmo período de 2021, disse a Abiove.

Segundo publicação da analista da AgRural Daniele Siqueira, se o ritmo de exportação de soja não melhorar na segunda parte de abril, será a primeira vez na história que os embarques no mês vão cair ante março no Brasil, que tem neste período o seu pico de despachos.

“Menor safra em 2021/22, lenta demanda da China e fortes margens de esmagamento domésticas estão entre as causas”, afirmou Daniele.

A Abiove manteve as projeções de exportação de farelo de soja em recorde de 18,3 milhões de toneladas em 2022, enquanto o consumo interno foi estimado em 18,1 milhões de toneladas, também sem alteração ante março.

A estimativa de exportação de óleo de soja do Brasil foi mantida em 1,7 milhão de toneladas, assim como a produção em 9,7 milhões de toneladas e o consumo interno, em 7,9 milhões de toneladas.

A produção crescerá ligeiramente ante 2021, assim como a exportação, enquanto o consumo interno recuará cerca de 100 mil toneladas, com pressão de uma mistura menor de biodiesel.

Com uma menor exportação do grão, a Abiove elevou a previsão de estoques finais de soja do Brasil a 2,43 milhões de toneladas em 2022, ante 1,9 milhão na previsão de março, mas ainda uma queda considerável ante 2021 (5,26 milhões de toneladas).

A entidade também projeta receita recorde com exportação de soja, farelo e óleo do Brasil, a 55,9 bilhões de dólares em 2022, ante 51,4 bilhões na projeção de março, com alta nos preços motivando a mudança.

Isso representaria um crescimento ante os 48 bilhões de dólares de 2021.

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