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Agenda econômica de Lula não para em pé, diz gestora Garde

15 set 2022, 15:58 - atualizado em 15 set 2022, 15:58
Lula PT
“Será um governo com retrocessos em termos de agenda econômica, principalmente no que diz respeito ao trato dos bancos estatais”, discorre (Imagem: Flickr/ Lula Oficial/Ricardo Stuckert)

O programa de governo do candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva traz riscos para as contas públicas, afirma a Garde em sua carta mensal de agosto.

De acordo com a gestora, há grandes incertezas em relação a um possível governo petista, uma vez que o que tem sido dito e escrito pela campanha uma agenda de retrocessos na pauta econômica, bem como forte aumento de gastos públicos.

“Basicamente, se o novo governo se propuser a realizar tudo o que está sendo proposto pelo seu programa, terá grandes dificuldades em relação à sustentabilidade fiscal”, diz.

A Garde escreve ainda que o aumento de gastos com reajuste do salário mínimo, reajuste de servidores públicos, ampliação de investimentos públicos e gastos sociais levariam a um aumento brutal de despesas.

“Será um governo com retrocessos em termos de agenda econômica, principalmente no que diz respeito ao trato dos bancos estatais”, discorre.

Por outro lado, a gestora coloca que é possível ficar mais otimista caso um possível novo governo não coloque em prática maior parte das promessas de campanha e sinalize, num primeiro momento, uma política fiscal que aparente sustentabilidade.

“Essa segunda opção deverá passar pela indicação de um ministro da Economia com credibilidade”, diz.

Diante desses desafios, a Garde recomenda diminuir o risco das posições direcionais no mercado doméstico, “até que tenhamos uma visão melhor dos resultados eleitorais, e temos focado em posições em mercados com pouca influência eleitoral (inflação e cupom cambial)”.

E o Bolsonaro?

Sobre Bolsonaro, a Garde afirma que o atual presidente pode ganhar musculatura à medida que a economia melhore.

“Nessa reta final, acreditamos que esse movimento deva continuar e deixar as pesquisas ainda mais equilibradas”, diz.

A última pesquisa Genial/Quaest mostrou  oscilação para baixo, dentro da margem de erro, da vantagem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sobre o atual mandatário Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de outubro, com a dianteira do petista agora em 8 pontos percentuais no primeiro turno.

De acordo com o levantamento, Lula tem 42% das intenções de voto, ante 44% na pesquisa divulgada há uma semana, enquanto Bolsonaro permanece com os mesmos 34% que tinha na sondagem anterior.

Além disso, a Garde diz que em menor escala, os diversos ruídos em relação ao processo eleitoral englobam o atrito entre Bolsonaro e ministros do STF/TSE, um clima polarizado entre apoiadores e o questionamento dos resultados das eleições.

“Ainda que consideremos que o agravamento desses ruídos seja improvável, temos notado preocupações em parte do mercado com possibilidade de intensificação dos embates e, inclusive, um evento nos moldes do que ocorreu na invasão do Capitólio nos EUA, no início de 2021”, diz.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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