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Alexsandro Nishimura: Ibovespa 100K – o que podemos aprender com o vai e vem da bolsa

16 jul 2020, 19:47 - atualizado em 16 jul 2020, 19:59
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Alexsandro Nishimura: “Quem comprou ações no início do ano ou carregava posições feitas em períodos próximos, se deparou com uma realidade dura, na qual viu seus investimentos se desvalorizarem fortemente” (Imagem: Unsplash/@florisand)

O Ibovespa voltou aos 100 mil pontos. Quem diria que a marca perdida em 6 de março seria atingida novamente pouco mais de quatro meses depois, principalmente em um ambiente ainda tão complexo e cheio de incertezas. Falei um pouco sobre o cenário que possibilitou essa retomada no meu artigo anterior (2020: Os primeiros seis meses e o que esperar dos próximos).

Neste texto gostaria de explorar alguns aprendizados que podemos tirar do vai e vem da bolsa nestes últimos meses, principalmente os fatores psicológicos que podem nos induzir a decisões precipitadas na alocação do nosso dinheiro.

Acompanhe as trocas de mensagens selecionadas em um grupo de investidores em determinadas datas neste ano, que podem exemplificar o carrossel de emoções que o mercado tem vivido:

O que essas conversas fictícias, mas com certa dose de realidade, podem revelar sobre o comportamento dos investidores durante os últimos meses, nos quais os mercados estiveram sob forte volatilidade?

Investir em períodos como estes mostram como o fator psicológico pode atuar, para o bem ou para o mal, nas nossas decisões. Estes fatores influenciam a definição de operações e trades bem sucedidos, ou grandes fracassos e frustrações.

Quem comprou ações no início do ano ou carregava posições feitas em períodos próximos, se deparou com uma realidade dura, na qual viu seus investimentos se desvalorizarem fortemente. A sensação de ver seu patrimônio reduzido a uma parcela do que era antes não foi fácil psicologicamente para muitas pessoas.

Devemos reconhecer que o abalo mental era forte, pois alguns poderiam estar sob pressão extra, uma vez que vivíamos e ainda vivemos um momento de incertezas também quanto à saúde e também em outros aspectos, tal como o emprego.

Esta situação reforça a recomendação básica sobre a origem dos recursos que devem ser destinados ao investimento em ações e renda variável em geral: são recursos que não devem ter expectativa de utilização a curto prazo. O movimento visto nestes últimos meses deixa claro a importância desta recomendação.

Afinal, quem não tinha a necessidade de utilização imediata dos recursos investidos, vendeu suas ações na baixa e em seguida viu o retorno aos patamares do início do ano pode estar com a sensação de mau negócio. De fato, quem procedeu dessa forma, no jargão do mercado, realizou o prejuízo. Mas talvez não precisasse. O fator psicológico pode ter pesado mais do que a necessidade.

O outro lado da moeda também viveu momentos de frustrações. Quem não estava comprado, ou tinha recursos financeiros para fazer novos investimentos, se não o fez, pode carregar a arrependimento de oportunidade perdida.

Seja qual for o momento, existe uma máxima do mercado que diz: “compre na baixa e venda na alta”. Obviamente, em geral, é assim que se ganha. Apesar de bastante intuitivo, este conceito é mais complicado quando vamos para a prática. Isto porque ir de encontro à opinião da maioria é muito difícil. Nos momentos de otimismo ou pessimismo, esta receita de bolo é facilmente colocada de lado. Para quem está começando, é ainda mais difícil remar contra a maré.

Afinal, porque não comprar quando os profissionais do mercado estão em fervorosa e o noticiário só fala em recordes?

No sentido contrário, como comprar quando tudo parece muito ruim?

Na verdade, em todos estes momentos estamos diante de oportunidades que podem contemplar boas chances de ganhos, mas que também podem se transformar em armadilhas, caso o investidor não controle suas emoções. Isto vale tanto para os mais conservadores, quanto para os arrojados, para os novatos ou mais experientes e mesmo profissionais do mercado.

Uma boa estratégia, que pode ser adotada em qualquer momento, é formar posições aos poucos, ao longo do tempo, permitindo que você monte carteiras com custo menor.

[Alerta: não me refiro a fazer preço médio, isso é diferente. Muitas das vezes os investidores caem na armadilha do “preço mérdio”. Isto ocorre quando alguém não quer admitir um erro (olha o fator psicológico aí!) após comprar uma ação que na sequência começa a se desvalorizar, aumentando suas posições com novas compras com valores mais baixos.]

Quando for se desfazer de posições lucrativas, o modus operandi pode ser o mesmo. Se estiver próximo de sua meta de ganho, realize, aos poucos. Manter uma disciplina e o fator emocional sob controle é primordial para a tomada de decisões assertivas.

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Head de Conteúdo e Sócio da BRA
Head de Conteúdo e Sócio da BRA Economista, Head de Conteúdo e sócio da BRA, escritório credenciado da XP Investimentos. É formado pela UFF e possui MBA em Finanças pelo IBMEC. É planejador financeiro certificado (CFP®️) e responsável pela produção e distribuição de conteúdo aos clientes da BRA. Atua no mercado financeiro desde 2005, dedicado à produção de conteúdo para investidores pessoa física. Iniciou carreira na área de consultoria, na Lopes Filho & Associados, onde atuou como analista de investimentos, montagem de carteiras recomendadas e análise de fundos de investimentos imobiliários. Foi Head de Conteúdo da MyCAP Investimentos, operação brasileira dedicada à pessoa física da maior corretora do mundo, a TP ICAP, em que era o responsável pelos departamentos de Research e Marketing.
Alexsandro.Nishimura@moneytimes.com.br
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