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Alibaba (BABA) faz anúncio ‘bomba’ e ações disparam em NY; entenda

28 mar 2023, 14:15 - atualizado em 28 mar 2023, 14:15
Alibaba China
O Alibaba será desmembranda em seis novas divisões autônomas. (Imagem: REUTERS/Thomas Peter)

O Alibaba (BABA; BABA34) salta 12% no pregão em Nova York, após o jornal South China Morning Post (de propriedade do próprio Alibaba) revelar que a Big Tech será desmembrada em seis unidades a serem geridas independentemente.

O periódico cita que a notícia foi compartilhada via e-mail para os funcionários do conglomerado nesta terça-feira (28). O movimento já é considerado o maior em termos de reestruturação interna desde a fundação da companhia há duas décadas.

As seis novas unidades incluem um serviço de computação em nuvem, uma plataforma de e-commerce, uma empresa especializada em logística, uma plataforma de serviços locais, uma companhia de mídia digital global e, por fim, uma empresa de entretenimento. Confira:

*As empresas sem imagens ainda não possuem nome.

De um modo geral, é como se cada uma das empresas desmembradas voltasse a ser uma startup. A diretriz menciona que as novas empresas deverão passar “pelo teste da competividade”, podendo, inclusive, buscar ofertas públicas no mercado de capitais a fim de levantar fundos para suas próprias operações.

Em reação, os investidores olharam para a cesta de possíveis IPOs do Alibaba com bons olhos. Afinal, as novas companhias, por possuírem menor estatura, estariam menos pressionadas pelo arcabouço regulatório chinês. Além disso, as novas divisões herdam o know-how e a propriedade intelectual desenvolvida pelo conglomerado.

O desmembramento da Alibaba ocorre à esteira do regresso de Jack Ma na China, após o fundador do conglomerado da Alibaba ter passado um ano no exterior. O ressurgimento de Ma ajudou a aumentar a confiança corporativa em relação às intenções do governo chinês de estimular a iniciativa privada, tido como peça central para a reabertura econômica em curso.

Alibaba em trajetória de recuperação

Fundada em 1999, a Alibaba é a maior multinacional chinesa do setor de tecnologia, com foco em e-commerce, varejo e internet.

Apesar da gigantesca estatura, as ações da empresa sofreram um verdadeiro terremoto, saindo de US$ 300, na máxima de outubro de 2020, para apenas 20% deste preço, dois anos depois.

Lockdowns em massa na China, a guerra comercial travada contra os EUA, preocupações com a governança corporativa e o aumento da pressão regulatória de Pequim sobre as companhias de tecnologia são alguns dos obstáculos no caminho do conglomerado.

Porém, mesmo com a piora das condições macroeconômicas, o império de Jack Ma conseguiu surpreender as expectativas de lucro para o terceiro trimestre do ano e tem objetivos ambiciosos para reerguer o seu descontadíssimo valuation (segundo a empresa de tecnologia financeira TipRanks, a Alibaba está negociada com 50% de desconto do seu P/E, que é de 24x).

Alibaba aposta em um programa massivo de recompra de ações, avaliado em US$ 25 bilhões, com adicionais US$ 15 bilhões até o ano fiscal de 2025. O plano é substanciado por uma capacidade de caixa robusta, que equivalia a US$ 68 bilhões até setembro deste ano, de acordo com o balanço corporativo da empresa.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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