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Ambev (ABEV3): Alta das ações nesta terça não foi pelo Grupo Petrópolis, avalia XP; entenda

28 mar 2023, 19:34 - atualizado em 28 mar 2023, 19:34
Ambev
Ambev sobe nesta terça-feira (28), mas não foi pela recuperação judicial do Grupo Petrópolis, afirma XP (Imagem: Rafael Borges/Money Times)

As ações da Ambev (ABEV3) fecharam esta terça-feira (28) agitada para as empresas cervejeiras em alta de 4,74%, negociadas a R$ 14,59 cada.

O movimento ocorreu em dia de pregão positivo para o Ibovespa e com o Grupo Petrópolis, terceiro maior fabricante de cervejas do Brasil, entrando com um pedido de recuperação judicial perante a Justiça do Rio de Janeiro, em caráter de urgência.

A empresa, que concorre com a Ambev no mercado brasileiro e é dona da marca Itaipava, apresentou ontem à 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro um pedido de recuperação judicial de suas empresas.

O Grupo Petrópolis afirma dever R$ 2 bilhões com obrigações financeiras e de mercados de capitais. As dívidas com terceiros somam R$ 2,2 bilhões.

A empresa pediu que os bancos SantanderDaycovalBMG Sofisa e o fundo Siena sejam obrigados a liberar valores mantidos nas conta do grupo, sem retê-los ante o pedido de recuperação judicial.

Correção de assimetrias

Embora a primeira análise da notícia seja marginalmente positiva para a AmBev (se não neutra), o avanço dos papéis da companhia que tem Skol e Brahma no portfólio se deve mais por uma correção de assimetrias, e não a uma mudança de fundamentos, destaca a XP Investimentos, em relatório publicado hoje.

A corretora justifica que os resultados fracos da Petrópolis já eram de conhecimento do mercado.

“Entendemos que essa performance está corrigindo uma assimetria após o pânico causado pelo caso Americanas (AMER3), e não devido a uma mudança de fundamentos, dado que o fraco balanço da Petrópolis e a queda do market share (com o consequente aumento do market share da Ambev e da Heineken) já eram bem conhecidos do mercado”, afirmam os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca.

Alencar e Fonseca comentam que o anúncio de recuperação judicial do Grupo Petrópolis já era, de certa forma, esperado, visto que a empresa tem lutado com o aumento nos custos e um ambiente desafiador pós-pandemia.

“O recente aumento da taxa Selic provavelmente foi o coup de grâce (golpe de misericórdia, traduzido para o português)”, dizem.

A questão principal é que a Petrópolis não é uma pequena cervejaria nem um grande player, tendo o tamanho “errado” para encontrar melhores soluções, acrescentam os analistas.

A XP tem perspectiva positiva para a Ambev em 2023. A cervejaria deve aumentar sua participação de mercado enquanto aproveita um período de alívio de pressão de custos, o que deve levar a margens mais altas.

“Além disso, projetamos a Ambev em um valuation atrativo, negociando a 16x P/L (preço sobre lucro) para 2023 e, portanto, reiteramos nossa recomendação de compra”, completam Alencar e Fonseca.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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